Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/15725
Título: "A Barraca do Rui" : os laços sociais no fenómeno dos sem-abrigo
Autor: Aldeia, João Miguel Marques Alves 
Orientador: Portugal, Sílvia
Data: 19-Jul-2011
Editora: FEUC
Citação: Aldeia, João Miguel Marques Alves -"A Barraca do Rui" : os laços sociais no fenómeno dos sem-abrigo. Coimbra, 2011
Resumo: A presente dissertação procura compreender o papel dos laços sociais no fenómeno dos sem-abrigo. Epistemologicamente, a investigação enquadra-se num modelo reflexivo de ciência, assente num diálogo triplo: entre sujeito-investigador e sujeito-cuja-vida-é-investigada; entre a micro-realidade estudada e os macro-processos que, de modo circular, a influenciam e são por ela influenciados; e entre a empiria e a teoria, no sentido da sua reconstrução crítica em aproximação ao real. Deste enquadramento geral parte-se para a crítica do regime de verdade que domina as representações e acções dos elementos da sociedade domiciliada sobre quem vive na rua. Para ligar o modelo epistemológico geral à teoria mobilizada, recorre-se a uma visão figuracional que realça os processos pelos quais os vários níveis de integração e complexidade sociais se interpenetram. De um ponto de vista teórico, mobiliza-se o modelo das zonas de coesão social, entendendo o fenómeno dos sem-abrigo como processo de desafiliação. Olha–se, no entanto, para as múltiplas afiliações presentes na vida dos indivíduos sem-abrigo. A partir desta localização epistemológica e teórica, a biografia de Rui Botelho é interpretada como caso exemplar. Observam-se os pontos de inflexão ocorridos na sua vida, maioritariamente marcados por um aumento da precariedade, vulnerabilidade e pobreza que a localização na zona de desafiliação comporta. Observam-se os laços e as mudanças, produzidas pelas inflexões, na protecção e no reconhecimento que os laços garantiam. Deparamo-nos com uma protecção ausente ou reduzida e com um reconhecimento negado por todos os actores que não aqueles que se localizam também na zona de desafiliação. Este status quo leva a que Rui reivindique mais protecção, de modo a que possa aceder à habitação, e, sobretudo, que o reconheçam como cidadão e ser humano e não como «sem-abrigo». A importância dos laços é grande, mas é-o num plano representacional, que se prende com o que Rui considera que cada laço lhe deveria garantir e não garante, criando, assim, uma sensação de indignação pelo que é percebido como uma injustiça sempre presente na vida na rua. Viver na rua pode levar à eliminação de laços particulares, mas também à sua criação. Sobretudo, origina uma reconfiguração de laços de diferentes tipos. Apesar da maioria dos laços negar reconhecimento e de nenhum deles fornecer uma protecção significativa, eles estão bem presentes na zona de desafiliação em que Rui vive.
Descrição: Dissertação de mestrado em Sociologia, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sob a orientação de Sílvia Portugal.
URI: https://hdl.handle.net/10316/15725
Direitos: openAccess
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FEUC- Teses de Mestrado

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