Avaliação da microinfiltração de um novo material bioativo para restauração de dentes posteriores

Abstract

As resinas compostas bioativas hibrídas, combinam os benefícios dos cimentos ionómeros de vidro com as resinas compostas. A sua auto-adesividade é alcançada através de ácidos funcionais poliacrílicos e grupos carboxílicos, hibridizando a “smear layer” e estabelecendo interações iónicas entre o cálcio da dentina. Estes materiais são definidos como tendo boa estética, tolerância à humidade, durabilidade, simplicidade na técnica e na manipulação, mantendo uma baixa taxa de microfiltração, enquanto libertam cálcio, fosfato e flúor. O objetivo do presente estudo foi avaliar a microinfiltração em restaurações que utilizavam a resina bioativa Surefill One™. A hipótese nula é que este tipo de resina não obtenha menor taxa de microinfiltração quando comparada com outros materiais. Foi realizado um estudo in vitro utilizando trinta e seis pré-molares e molares humanos íntegros. Foram assim realizadas preparações idênticas em todos eles (Classe V com 4 mm mesio-distal, 3 mm ocluso-gengival e 3 mm de profundidade) e divididos pelos diferentes grupos experimentais: 1 controlo positivo, 1 controlo negativo e 2 testes com resina composta bioativa e resina composta convencional (Surefill One™ e Spectra™ ST HV, respetivamente). Através de técnicas quantitativas com recurso a Medicina Nuclear foi possível avaliar a microinfiltração através da utilização de um isótopo radioativo, o tecnécio. A radioatividade emitida pelos espécimes foi detetada por uma câmara gama.Os resultados do estudo experimental apontam para diferenças estatisticamente significativas entre os grupos teste, com aumento da microinfiltração no grupo de resina composta bioativa.Com base no presente estudo de microinfiltração, foi possível concluir que a resina composta bioativa (Surefill One™) não reduz a taxa microinfiltração quando comparada a uma resina composta nanohibrida convencional (Spectra™ ST HV). O desempenho do Surefill One™ deve ser avaliado com estudos “in vitro” de maior amostra e estudos clínicos de longo prazo.

Hybrid bioactive composite resins combine the benefits of glass ionomer cements with composite resins. Its self-adhesiveness is achieved through functional polyacrylic acids and carboxylic groups, hybridizing the smear layer and establishing ionic interactions between calcium and dentin. These materials are defined as having good aesthetics, moisture tolerance, durability, simplicity in technique and handling, maintaining a low microfiltration rate, while releasing calcium, phosphate and fluorine.The aim of the present study was to evaluate microleakage in restorations using Surefill One™ bioactive resin. The null hypothesis is that this type of resin does not obtain a lower microleakage rate when compared to other materials.An in vitro study was carried out using thirty-six intact premolars and molars. Identical preparations were thus performed in all of them (Class V with 4 mm mesio-distal, 3 mm occluso-gingival and 3 mm in depth) and divided into different experimental groups: 1 positive control, 1 negative control and 2 tests with bioactive composite resin and conventional composite resin (Surefill One™ and Spectra™ ST HV, respectively). Through quantitative techniques using Nuclear Medicine, it was possible to evaluate microleakage through the use of a radioactive isotope, technetium. Radioactivity emitted by the specimens was detected by a gamma camera.The results of the experimental study point to statistically significant differences between the test groups, with increased microleakage in the bioactive composite resin group.Based on the present microleakage study, it was possible to wrap up that the bioactive composite resin (Surefill One™) does not reduce the microleakage rate when compared to a conventional nanohybrid composite resin (Spectra™ ST HV). Surefill One™ performance should be evaluated with larger sample “in vitro” studies and long-term clinical studies.