Relatório de estágio e monografia intitulada "Ocorrência de glifosato em alimentos"

Abstract

Glyphosate is a systemic, broad spectrum and post-emergent herbicide. The use of glyphosate has grown on the last decades and currently it is the most used herbicide worldwide.The rise of glyphosate consumption over the years brought also an increased concern about its possible toxicity and consequences for the human health. Therefore in recent years, diverse studies have been performed to evaluate the effects of glyphosate in human health. However, a scientific community consensus does not exist at the present time and glyphosate safety and health consequences are controversial. In 2015, the International Agency for Research on Cancer (IARC) classified glyphosate as probably carcinogenic in humans (Group 2A). This classification generated controversy among the scientific community and currently there is no consensus about glyphosate carcinogenicity. Since glyphosate is mainly applied in fields and due to its increased consumption in the last decades, concerns about the impact that glyphosate and its metabolites can cause in the environment have raised after findings that these residues can persist several months in soil. Due to difficulties to detect and quantify glyphosate with conventional methods, numerous analytical methodologies have been developed. Currently, High Performance Liquid Chromatography-tandem Spectrometry Mass (HPLC-MS/MS) is the most sensible method. Several studies have been conducted in order to assess the human exposure to glyphosate through food. Glyphosate residues have been found in diverse samples and, in certain cases, at levels above the legally authorized by the regulatory entities.The occurrence of glyphosate at levels above those legally allowed and the suspected toxic effects of this compound can lead to public health risk.

O glifosato é um herbicida sistémico, não seletivo e pós emergente. A utilização de glifosato tem crescido ao longo das últimas décadas, sendo que, atualmente é o herbicida mais utilizado a nível mundial. O aumento do consumo de glifosato ao longo dos anos trouxe também um aumento das preocupações acerca da possível toxicidade deste herbicida e de eventuais consequências para a saúde humana. Devido a isso, nos últimos anos, têm crescido os estudos relativamente aos efeitos do glifosato na saúde humana. No entanto, atualmente, não existe consenso entre a comunidade científica, existindo controvérsia sobre a segurança do glifosato e as suas consequências para a saúde.Em 2015, a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC) classificou o glifosato como sendo um provável agente cancerígeno para o ser humano (Grupo 2A). Esta classificação gerou controvérsia na comunidade científica, não existindo atualmente um consenso acerca da carcinogenicidade do glifosato. Uma vez que o glifosato é aplicado principalmente em campos agrícolas e devido ao crescente aumento do seu consumo nas últimas décadas, têm aumentado as preocupações sobre o impacto que o glifosato e os seus metabolitos possam ter no meio ambiente, uma vez que os seus resíduos podem persistir vários meses no solo. Devido à dificuldade de deteção e quantificação do glifosato por metodologias tradicionais, têm sido desenvolvidas diversas metodologias analíticas. Atualmente a Cromatografia Líquida de Elevada Eficiência acoplada a Espetrometria de Massa em tandem (HPLC-MS/MS) é o método que apresenta maior sensibilidade. Diversos estudos têm sido efetuados para avaliar a exposição humana ao glifosato através dos alimentos. Resíduos de glifosato foram detetados em várias amostras, inclusive em alguns casos, acima dos valores legalmente permitidos pelas entidades reguladoras.A ocorrência de glifosato em valores acima dos legalmente permitidos bem como as suspeitas de efeitos tóxicos deste composto podem promover um risco para a saúde pública.