Relevância da actividade física no contexto da demência cerebral

Abstract

O ser humano nasce, cresce, envelhece e morre, sendo o envelhecimento intrínseco à vida e com ele ocorrem infinitas alterações no nosso organismo. O declínio cognitivo faz parte desse envelhecimento e pode resultar em inúmeras doenças neurodegenerativas, como a demência. Contudo, existem formas de adiar a perda das funções cognitivas e uma delas é através da prática de atividade física. A atividade física é capaz de estimular processos, como a neurogénese, a angiogénese e a sinaptogénese que irão retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento. Isto acontece porque a expressão de fatores de crescimento, que desempenham funções importantes nesses processos, como por exemplo, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) e o fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF), é dependente da atividade física. A atividade física também é capaz de aumentar os níveis de neurotransmissores, como por exemplo a norepinefrina e a serotonina, que estão envolvidos nos processos de regulação da plasticidade sináptica, são capazes de aumentar a sobrevivência neuronal e de promover a reparação de neurónios danificados.

The human being is born, grows, ages and dies. Aging is intrinsic to life and with it endless changes occur in the body. The cognitive decline is part of this aging and it may result in several neurodegenerative diseases, such as dementia. Nevertheless, there are ways to delay the loss of cognitive functions, and one of them is through physical activity. Physical activity is capable of stimulating processes such as neurogenesis, angiogenesis and synaptogenesis that will slow the age-related cognitive decline. This delay can occur due to the fact that the expression of growth factors that have important roles in these processes, such as the Brain-derivated neurotrophic factor (BDNF), the Insulin-like Growth Factor 1 (IGF-1) and the Vascular Endothelial Grotwh Factor (VEGF), is physical activity-dependent. Physical activity can also increase the levels of neurotransmitters, such as norepinephrine and serotonin, which are involved in the regulation of synaptic plasticity, neuronal survival and repairing of damaged neurons.