Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/86115
Título: Caracterização micromorfológica de epicarpos de bagas e drupas de plantas tóxicas existentes em Portugal
Outros títulos: Micromorphological characterization of epicarpi of berries and drupes of toxic plants of Portugal
Autor: Ferreira, Gonçalo Miguel Santos 
Orientador: Coutinho, António Xavier de Barros e Cunha Pereira
Palavras-chave: angiospérmicas; fruto; epicarpo; parede celular; microscopia ótica; angiosperms; fruit; epicarp; cell wall; light microscopy
Data: 21-Set-2018
Título da revista, periódico, livro ou evento: Caracterização micromorfológica de epicarpos de bagas e drupas de plantas tóxicas existentes em Portugal
Local de edição ou do evento: Departamento de Ciências da Vida, FCTUC
Resumo: As plantas, sendo organismos que não têm meios de locomoção próprios, e pertencendo à base de inúmeras cadeias tróficas, necessitam de desenvolver formas de proteção contra a predação. Quer sejam físicas (espinhos, acúleos, tecidos esclerificados) ou químicas (toxinas), essas estratégias podem revelar-se como ameaças tanto para humanos como para animais domésticos e gado.As plantas tóxicas representam um enorme impacto, podendo provocar lesões – não raras vezes fatais - em gado e humanos. Esses envenenamentos graves relacionam-se, com frequência, com a falta de um diagnóstico rápido da planta responsável e dos seus órgãos (como é o caso dos frutos) que lhe deram origem.Assim, neste trabalho, foi realizado um estudo de caraterização micromorfológica do epicarpo dos frutos (incluindo obtenção de imagens através de microscopia ótica). Elaborou-se, igualmente, uma chave dicotómica para identificação de 26 espécies de plantas tóxicas presentes em Portugal, tendo-se procurado que ela fosse de fácil compreensão, de modo a que profissionais de saúde e outras pessoas possam proceder a uma identificação rápida do fruto da espécie consumida.As plantas tóxicas representam uma grande ameaça tanto aos humanos como aos animais, nomeadamente os domésticos (Martínez Monseny et al., 2015; Rumbeiha & Snider, 2014). É comum a sua presença em espaços públicos e privados, visto que estas são muitas das vezes utilizadas como plantas decorativas ou medicinais. Devido a isto, o perigo que elas representam é frequentemente negligenciado pelas pessoas (Evens & Stellpflug, 2012; Ghorani-Azam et al., 2018).Segundo o Poisons Information and Control Center, 19% das intoxicações humanas ocorrem devido a espécies vegetais (Frohne & Pfänder, 2005). Relatórios da American Association of Poison Control Centers (AAPCC), realizados entre 2005 e 2010, indicaram entre 50769 – 68847 casos de intoxicações vegetais anuais, representando cerca de 2.2 – 2.8% de todos os casos de intoxicação, dos quais 67.7-76.5% ocorreram com crianças (Bronstein et al. 2010). As crianças são o principal grupo de risco devido aos seus comportamentos. A sua elevada curiosidade e a exploração de objectos através do toque, relativa tolerância a sabores repulsivos, a atratividade a cores vivas e a colocação de objectos na boca (Bruner, 1969) fazem com que este grupo represente cerca de 80% das intoxicações (Wink & Van Vyk, 2008). Portanto, este conjunto de comportamentos desenvolve-se como o ideal para a ocorrência da sua intoxicação através da ingestão de pequenos frutos, como bagas e drupas (Frohne & Pfänder, 2005; Martínez Monseny et al., 2015).No caso dos animais o consumo de plantas tóxicas é, sobretudo, prejudicial no sector da pecuária, sendo que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América refere que na região Oeste do país, cerca de 1% do gado bovino e 3% do gado ovino morrem de intoxicações vegetais. Em 1984, na Austrália, foi calculado que as plantas tóxicas teriam um impacto económico anual de cerca de 80 milhões de dólares, relacionando os efeitos diretos no gado e prejuízos relacionados (Weathers, 1998). Também em Espanha, estima-se que neste setor de atividade económica, haja mais mortes devido a plantas tóxicas, do que devido a doenças virais e bacterianas (Mateos, 2010).Assim é demonstrado que, mundialmente, o risco de casos de intoxicação com plantas é bastante elevado, mostrando a necessidade de alerta sobre estas plantas e o conhecimento das mesmas.
Plants, being organisms that do not have their own means of locomotion, and belonging to the base of numerous trophic chains, need to develop forms of protection against predation. Whether they are physical (spines, aculeans, sclerified tissues) or chemical (toxins), these strategies may prove to be threats to both humans, domestic animals and livestock.Toxic plants have a huge impact and can cause injuries - not infrequently fatal - in livestock and humans. These severe poisonings are often related to the lack of a rapid diagnosis of the responsible plant and its organs (as in the case of the fruits) that gave rise to it.Thus, in this work, a study of micromorphological characterization of fruit epicarp (including obtaining images through optical microscopy) was carried out. A dichotomous key was also developed to identify 26 species of toxic plants present in Portugal, and it was sought to be easy to understand so that health professionals and others could identify the fruit quickly of the species consumed.Toxic plants pose a major threat to both humans and animals, including domestic ones (Martínez Monseny et al., 2015, Rumbeiha & Snider, 2014). Their presence in public and private spaces is common, since these are often used as decorative or medicinal plants. Because of this, the danger they pose is often neglected by people (Evens & Stellpflug, 2012; Ghorani-Azam et al., 2018).According to the Poisons Information and Control Center, 19% of human intoxications occur due to plant species (Frohne & Pfänder, 2005). Reports from the American Association of Poison Control Centers (AAPCC), conducted between 2005 and 2010, indicated between 50,769 - 68,847 cases of annual plant poisoning, accounting for about 2.2 - 2.8% of all poisoning cases, of which 67.7-76.5% occurred with children (Bronstein et al., 2010). Children are the main risk group due to their behaviors. Their high curiosity and the exploration of objects through touch, relative tolerance to repulsive flavors, bright color attractiveness and the placement of objects in the mouth (Bruner, 1969) make this group represent about 80% of intoxications (Wink & Van Vyk, 2008). Therefore, this set of behaviors develops as the ideal for the occurrence of its intoxication through the ingestion of small fruits, such as berries and drupe (Frohne & Pfänder, 2005; Martínez Monseny et al., 2015).In the case of animals, the consumption of toxic plants is especially harmful in the livestock sector. The United States Department of Agriculture reports that in the western region of the country, about 1% of cattle and 3% of cattle sheep die from plant poisoning. In 1984 in Australia, it was estimated that toxic plants would have an annual economic impact of about $ 80 million, relating direct effects on livestock and related losses (Weathers, 1998). Also in Spain, it is estimated that in this sector of economic activity, there are more deaths due to toxic plants, than due to viral and bacterial diseases (Mateos, 2010).Thus, it is demonstrated that, worldwide, the risk of cases of intoxication with plants is quite high, showing the need for alertness about these plants and the knowledge of them.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Biologia apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia
URI: https://hdl.handle.net/10316/86115
Direitos: embargoedAccess
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