Processamento Pós-Situacional e Ansiedade Social: o papel mediador das estratégias de regulação emocional

Abstract

A ansiedade social é respetiva à dificuldade do indivíduo em estar em uma ou mais situações sociais. Por sua vez, a forma pela qual se regulam as emoções pode ser determinante no curso e manifestação da ansiedade social. Um dos processos que também contribui para a manutenção desta última é o processamento pós-sitiacional, entendido como um processo ruminativo em si mesmo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi estudar a relação entre o processamento pós-situacional e a ansiedade social, mediada por estratégias de regulação emocional. A amostra foi constituída por estudantes universitários (n = 796) com uma média de idades de 20.48 anos (DP = 3.68). Os resultados mostraram que as estratégias maladaptativas ruminação, catastrofização e autoculpabilização foram as que se mostraram mais associadas com a ansiedade social e com o processamento pós-situacional. Observou-se que as estratégias de regulação emocional mediaram, cada uma delas individualmente, e de forma parcial, a relação entre processamento pós-situacional e ansiedade social. Na sequência de uma análise mais minuciosa sobressaiu, entre as estratégias de regulação emocional já mencionadas, a ruminação, mas aparentemente como intrínseca ao processamento pós-situacional. Conclui-se, deste modo, que para além do relevo do componente ruminativo do processamento pós-situacional na ansiedade social, um conteúdo cognitivo catastrofizante e autoculpabilizador relativo a situações sociais passadas tem também um papel preponderante na ansiedade social, devendo-se assim ter em conta tais aspetos na prática clínica.

Social anxiety refers to the individual's difficulty in being in one or more social situations. On the other hand, the way in which emotions are regulated can be determinant in the course and manifestation of social anxiety. One of the processes that also contributes to the maintenance of the latter is post-situational processing, understood as a ruminative process in itself. Thus, the objective of this study was to study the relationship between pos-situational processing and social anxiety, mediated by emotional regulation strategies. The sample consisted of university students (n = 796) with a men age of 20.48 years (SD = 3.68). The results showed that the maladaptative strategies of rumination, catastrophizing and self-blame were those that were shown to be more associated with social anxiety and post-situational processing. It was observed that those emotion regulation strategies mediated, individually, and partially, the relationship between post-situational procesing and social anxiety. In a more detailed analysis, rumination was highlighted among the emotional regulation strategies already mentionated, but apparently intrinsic to post-situational processing. We concluded that, in addition to the emphasis in the ruminative component of the post-situational processing in social anxiety, a catatrophizing and self-blaming cognitive content related to past social situations has also a preponderant role in social anxiety and that such aspects should be taken into account in clinical practice.