O impacto das experiências emocionais positivas precoces e das competências autocompassivas na sintomatologia depressiva: O papel mediador de diferentes processos de regulação emocional

Abstract

Consistente literatura tem demonstrado que experiências emocionais positivas precoces e competências autocompassivas assumem um papel central na regulação emocional e na saúde mental. Paralelamente tem sido apontado que a relação entre experiências precoces e competências de autocompaixão com a sintomatologia depressiva poderá ser mediada por diferentes mecanismos. Numa amostra de 389 sujeitos da população geral, com idades compreendidas entre os 18-50 anos, o presente estudo testou um modelo integrador no qual foi hipotetizado que a proximidade e conexão aos outros e o evitamento experiencial funcionam como mecanismos mediadores nestas relações. A análise path confirmou a adequabilidade do modelo, que explica 34% da variância da sintomatologia depressiva. Os resultados revelaram a associação significativa entre experiências precoces afiliativas positivas e competências autocompassivas e menores níveis de sintomatologia depressiva, sendo essas relações totalmente mediada por uma maior proximidade ao outro e por menor tendência a endossar estratégias de evitamento experiencial.Este estudo constitui um importante contributo para a clarificação do impacto das vivências afiliativas precoces e das competências autocompassivas na saúde mental. Os dados sugerem que as intervenções para a promoção da saúde mental se devem focar no desenvolvimento de competências de conexão ao outro e de aceitação, enquanto mecanismos subjacentes à mudança.

The literature has consistently shown that early positive emotional experiences and self-compassionate competences assume a central role in emotion regulation and mental health. Further, it has been pointed that the relationship of early experiences and self-compassion abilities with depressive symptomatology may be mediated by several different mechanisms. Using a sample of 389 participants from the general population, aged between 18 and 50 years old, the present study explored an integrative model hypothesizing that social closeness and experiential avoidance act as mediators of the aforementioned relationships. A path analysis confirmed the adequacy of the model, which was shown to explain 34% of the variance of depression symptoms. Results further revealed the significant association of early positive affiliative experiences and self-compassionate competences with lower levels of depression symptoms, and that these relationships are mediated by higher closeness to others and a lower tendency to engage in experiential avoidance strategies. Overall, this study may constitute a relevant contribution to the clarification of the impact of early affiliative experiences and self-compassionate abilities in one’s mental health. Present data suggest that interventions to promote mental health should focus on the development of social closeness and acceptance competences, as mechanisms underlying the process of change.