Arquitectura e Moda. Prada: Espaço Híbrido entre Conforto e Consumo, Auto-Representação e Persuasão.

Abstract

Resumo: Arquitectura e Moda podem – numa primeira leitura – aparentar poucas semelhanças entre si. O carácter monumental e perene da primeira parece opor-se irredutivelmente à natureza efémera e flexível da segunda; as suas escalas são também drasticamente distintas. No entanto, numa observação mais atenta, percebemos que partilham, não só uma mesma origem de cariz funcional – de abrigo do corpo humano através da concepção de volumes –, mas também a sua capacidade de expressão de ideias de identidade social e cultural. Podemos ainda observar que os seus processos de criação estabelecem paralelismos, no uso da geometria e na sua relação com as dimensões do corpo humano. Numa época em que o comércio se assume de uma forma inédita como uma das principais formas de actividade humana e a moda é um fenómeno presente (in)conscientemente na vida de cada um, considera-se pertinente a reflexão sobre estes temas no âmbito da arquitectura. A consciência do impacto dos interesses corporativos nas grandes cidades incentivou um pensamento crítico sobre papel dos espaços de retalho do sector da moda de luxo como ferramenta de promoção de vida e sociabilização urbana. Procurou-se intersectar com esta problemática o conceito associado ao termo ‘terceiro espaço’, o qual acabou por que se assumir como plano de fundo ao longo de toda a investigação mas, sobretudo, na análise dos dois casos de estudo: a loja Prada Epicentro Nova Iorque – do arquitecto Rem Koolhaas – e a Prada Epicentro Tóquio – da dupla Herzog & de Meuron.Palavras-chave: arquitectura de retalho, moda, luxo e terceiro espaço

Abstract: Architecture and fashion may - at a first sight - appear to have few similarities. The monumental and perennial character of the former appears to be irreducibly opposed to the ephemeral and flexible nature of the second; their scales are also drastically differents. However, in a closer observation, we may perceive that they share not only the same functional origin – as a shelter of the human body through the conception of volumes – but also their capacity to express ideas of both social and cultural identity. We can also observe that its creation processes establish some resemblances, in the use of geometry and in its relation with the dimensions of the human body.At a time commerce unprecedentedly assumes itself as one of the main forms of human activity and fashion is (un)counsciously present phenomenon in each one’s life, it is considered pertinent to reflect about subjects in architecture’s ambit. The awareness of the impact of corporate interests in the cities encouraged a critical thinking about the role of retail spaces in the luxury fashion sector as a tool to promote life and urban sociability. The concept associated with the term ‘third space’ was intersected with this problem, and ended up being the background throughout all the investigation, but especially in the two case studies’ analysis – architect Rem Koolhaas’ Prada Epicenter New York and Herzog & de Meuron’s Prada Epicenter Tokyo. Key words: retail architecture, fashion, luxury and third space.