Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/80532
Título: Disfunção sexual em mulheres com esclerose sistémica
Autor: Ruela, Maria Inês da Silva Pinto 
Orientador: Silva, José António Pereira da
Henriques, Maria João Salvador
Palavras-chave: Disfunção erétil; Eesclerose sistémica
Data: Mar-2013
Resumo: Introduction: Systemic Sclerosis (SSc) is a rare, chronic, auto-immune rheumatic disease that involves the connective tissue and the microvascular system. It’s a complex disorder, with a very difficult treatment. Approximately 80% of SSc patients are women (3-8:1), with the highest onset rates between ages 30 and 60 years. Impaired sexual function in women with chronic diseases, including SSc, is very common and neglected. Due to the scarcity of research in this area, this study aims to evaluate in what way SSc condition really influences the patient’s sexual life through its manifestations and implications at psychological, functional and self-esteem levels. Methods: This study has a cross-sectional design and included SSc female patients, who are followed in the Rheumatologic clinic of CHUC, and appeared in our Service between October 2012 and January 2013. It was based on four self-reported questionnaires – Female Sexual Function Index (FSFI), Short Form 36 (SF-36), Health Assessment Questionnaire (HAQ) e Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) –, on clinical files and on a structured interview. Results: In our population, 93,5% have a partner and 58,1% (n=18) are sexually active. Among those 18 women, 9 have an FSFI total score ≤ 22,5, meaning impaired sexual function. 22,2% of the impaired women, have diffuse cutaneous SSc, 88,9% are at menopause and 88,9% have a total HADS score (depressive component) ≥ 8. In our sample, 58,1% of women felt depressed and 35,5% declared to have body image distress. Those had higher results in HADS total score, depressive component. The most affected domains of FSFI are desire and arousal, and not so much dyspareunia. The patients, regardless of their sexual condition, show significant physical limitations and systemic involvement, caused by the disease. However, this does not seem to impact upon sexual activity, supported by the fact that HAQ score is not related with it too (p=0,574). Although, sexual activity is related with body image distress (p=0,021). We found a significant relationship between impaired sexual function and the HADS total score (p=0,027), the Rodnan score (p=0,024) and BMI (p=0,047). Conclusions: We can conclude that about half of the women affected with SSc is sexually active, but half of them has an unsatisfactory sex life. Sexual activity is related with the disease psychological impact, more precisely, with the body image distress. Sexual function is intimately related with the HADS total score and with BMI, as well. Among the parameters of severity of the disease, only the Rodnan score showed a significant relationship with sexual (dys)function. We suggest that the approach of sexuality in SSc patient’s consultations has an extreme importance, because impaired sexual function is a real issue and, very often, neglected, and has a huge impact in SSc patient’s quality of life.
Introdução: A Esclerose Sistémica (ES) é uma doença reumática rara, crónica, auto-imune do tecido conjuntivo e do sistema microvascular. Trata-se de uma doença complexa, das mais difíceis de tratar, em que, aproximadamente, 80% dos doentes são do sexo feminino (3-8:1), com um pico de incidência entre os 30 aos 60 anos. A disfunção sexual em mulheres com doenças crónicas, incluindo a ES, é muito comum e desvalorizada. Sendo assim, e devido à escassez de pesquisa nesta área, este estudo tem como objectivo primordial descobrir em que medida a ES pode realmente influenciar, nomeadamente através das suas manifestações e implicações a nível psicológico, motor e de auto-estima, a vida sexual das doentes. Métodos: Este estudo é um corte transversal, que inclui pacientes do sexo feminino, seguidas na Clínica de Reumatologia dos CHUC por ES, que se dirigiram ao nosso Serviço no período entre Outubro de 2012 e Janeiro de 2013. O nosso estudo realizou-se com base no preenchimento, pelo próprio doente, de quatro inquéritos – Female Sexual Function Index (FSFI), Short Form 36 (SF-36), Health Assessment Questionnaire (HAQ) e Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) –, da consulta de processos clínicos e de uma entrevista. Resultados: Das 31 doentes, 93,5% têm parceiro sexual e 58,1% são sexualmente activas. Destas 18 doentes, 9 têm score total de FSFI ≤ 22,5, ou seja, 50% têm disfunção sexual. Destas 9, 22,2% padecem da vertente cutânea difusa, 88,9% atingiram a menopausa e 88,9% têm um score HADS (componente depressivo) ≥ 8. Na nossa amostra, 58,1% das doentes referem estar deprimidas e 35,5% declaram não estarem confortáveis com a sua imagem corporal. Estas obtiveram resultados mais elevados no score HADS, componente depressivo. As componentes mais afectadas do FSFI são o desejo e a excitação e não tanto a dispareunia. As doentes, independentemente da sua condição sexual, apresentam grandes limitações físicas decorrentes da doença, bem como envolvimento sistémico. Este facto não parece relacionar-se com a actividade sexual, apoiado pelo facto do score HAQ não estar relacionado com esta (p=0,574), embora se relacione com os problemas que admitem com a aparência (p=0,021). Já no caso da disfunção sexual, foi encontrada relação com o score total do inquérito HADS (p=0,027), com o valor de Rodnan (p=0,024) e com o IMC (p=0,047). Conclusão: Podemos concluir que metade das mulheres com ES se mantém sexualmente activa, mas, metade desta, tem uma vida sexual insatisfatória. A actividade sexual relaciona-se com o rebate a nível psicológico, nomeadamente com os problemas com a imagem corporal. Por sua vez, a (dis)função sexual está intimamente relacionada com o score total do inquérito HADS e, também, com o IMC. Dentre os parâmetros de severidade da doença, apenas se relaciona com o valor de Rodnan. Sugerimos que é de fulcral importância a abordagem do tema da sexualidade em consultas de doentes com ES, dado a disfunção sexual se tratar de um problema real e, frequentemente, negligenciado, com grande impacto a nível da qualidade de vida das doentes.
Descrição: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina área científica de Reumatologia apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/80532
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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