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https://hdl.handle.net/10316/7435
Título: | Os Zombo e o futuro (Nzil'a Bazombo) : na tradição, na colónia e na independência | Autor: | Oliveira, José Carlos de | Orientador: | Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de | Palavras-chave: | Comércio internacional; Diplomacia; Poder religioso; Comércio local; Elite mercantil; Contrabando; Clãs; Colonização; Magia; Religião; Reino do Kongo; Angola; Congo; Independência | Data: | 12-Set-2008 | Citação: | OLIVEIRA, José Carlos de - Os Zombo e o futuro (Nzil'a Bazombo) : na tradição, na colónia e na independência. Coimbra : [s.n.], 2008 | Resumo: | Este subgrupo étnico, também conhecido por Bazombo, Bambata (Ba Mbata),
foi considerado como a elite mercantil da região de M’Bata e parte integrante do
célebre Reino do Kongo . O seu chefe ancestral, Nsaku Ne Vunda ou Mani
Mongo exerceu durante séculos o poder terreno sob o manto sagrado matrilinear
da kanda Nsaku. A sua privilegiada localização geográfica, entre o Norte de
Angola e o Sul da República Democrática do Congo está implantada num
extenso planalto situado entre 1000 a 1100 metros de altitude e esta prerrogativa
terá estado na base da escolha das íntimas relações que vieram a estabelecer-se
entre o mítico Nimi a Lukeni, o"mwana" de Nsaku (leia-se o primogénito) e a
autoridade mítica do grupo Kongo. O seu chefe Mani Vunda era o legítimo
herdeiro do poder religioso e o principal eleitor dos reis.
Usaram e usam ainda, o poder religioso como suporte fundamental do seu
mando, porém, com uma singularidade: sublimaram esse mesmo poder no
controle das rotas comerciais entre o rio Zaire ao Norte e o rio kuanza ao Sul.
Foram e continuam a ser parceiros comerciais privilegiados entre outros, de
portugueses, holandeses, franceses, belgas, ingleses, alemães, americanos e
ultimamente de russos, cubanos, chineses e até coreanos.
Os Zombo souberam aproveitar das situações diplomáticas e comerciais em que
intervieram (e continuam a intervir), assumindo-se agentes activos privilegiados
entre os povos do interior e do litoral das bacias do rio Zaire e Kuanza. A sua
apetência pelo tráfico de todo o tipo de mercadorias afectou profundamente a sua
existência. O ambiente natural e a sua cultura imediatista, relacionada com o
comércio de longa distância, levaram a que sejam considerados como
comerciantes natos, daí, a sua sedução pelo comércio desde a mais tenra idade. This ethnic subgroup, also known as Bambata (Ba Mbata) was considered the trading elite in the M’Bata region and part of the famous Kingdom of Kongo. Their ancestral chief, Nsaku Ne Vunda, also known as Mani Mongo, exercised earthly power over centuries under the sacred matrilineal veil of Nsaku kanda. Its privileged geographical location, between the north of Angola and the south of the Democratic Republic of the Congo extends over a plateau 3500ft above sea level and this circumstance may have been decisive in the establishment of the close relationship between the mythical Nimi a Lukeni, the Nsaku “mwana” (read first born) and the mythical authority of the Kongo group. Their chief, Mani Vunda, was the legitimate heir of the religious power and the main voice in the Kings’ election. They used, and still do, religious power as the basis of their rule, yet with a particularity: they sublimated this very power in the control of the trading routes between the Zaire River, in the north and the Kwanza River, in the south. They were privileged trading partners of Portuguese, Dutch, French, Belgians, British, Germans, amongst others, and lately Chinese and even Koreans. It can therefore be concluded that the Zombo have been able to take advantage of both the diplomatic and the trading situations in which they took part (and still do) by playing the role of active and privileged agents amongst the peoples in the interior and the ones in the coast of Zaire and Kwanza basins. Their drive for the trade of all types of goods has deeply affected their existence. The natural environment and their immediateness, related with long distance trade, have led them to be considered immediatist and natural-born traders. They are not enticed by investments which mean a long wait for profit; they invest today to profit the following day. This explains their attraction to trade from a very young age. |
Descrição: | Tese de doutoramento em Antropologia (Antropologia Social) apresentada ao Dep. de Antropologia da Univ. de Coimbra | URI: | https://hdl.handle.net/10316/7435 | Direitos: | openAccess |
Aparece nas coleções: | FCTUC Ciências da Vida - Teses de Doutoramento |
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