Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/41415
Title: Asma e obesidade em idade pediátrica
Authors: Soares, Diana Forte de Raposo 
Orientador: Lemos, Sónia Cristina Gaspar de
Keywords: Pediatria; Obesidade; Asma
Issue Date: Mar-2012
Abstract: A asma é a doença crónica pediátrica mais comum dos países industrializados, atingindo cerca de 10% da população pediátrica. Caracteriza-se por uma inflamação crónica e hiperreatividade das vias aéreas associada a broncoconstrição reversível das vias aéreas. A sua prevalência tem vindo a aumentar internacionalmente e em Portugal. Simultaneamente observa-se um aumento da prevalência da obesidade e excesso de peso na população pediátrica, com valores calculados entre os 6 e os 13%. O objetivo desta revisão bibliográfica é discutir alguns mecanismos propostos para a ligação entre ambas as patologias, dando ênfase aos estudos realizados em idade pediátrica, com as suas particularidades e consequências. Esta relação é proposta desde a década de oitenta, tendo sido apontados efeitos mecânicos, inflamatórios, genéticos e in utero, bem como salientada uma possível influência do sexo, idade e microbiota intestinal. A obesidade tem consequências mecânicas na fisiologia pulmonar, condicionando alterações dos seus volumes, de ventilação e perfusão. Reconhece-se, atualmente, o papel complexo do tecido adiposo e da sua relação com as vias aéreas, pelo menos parcialmente, através de uma base inflamatória, com mediadores comuns, como fator de necrose tumoral alfa, interleucina 6 ou proteína C reativa e através do stresse oxidativo. As principais adipocinas produzidas pelo tecido adiposo, leptina e adiponectina, parecem ter influência na produção do ambiente inflamatório. Adicionalmente, é avançada uma partilha de determinantes genéticos, com identificação de polimorfismos associados a ambas as doenças. A hipótese da programação fetal também já foi utilizada para explicar esta relação, partindose da teoria de que alguns insultos in utero condicionam adaptações que por sua vez influenciam a instalação futura de doenças como a asma e a obesidade. O papel da microbiota intestinal foi igualmente salientado, verificando-se que vários fatores podem interferir na qualidade, número e função da população microbiológica do intestino, causando perturbações na relação com o organismo hospedeiro e condicionando também o aparecimento destas patologias. Esta população é potencialmente modificável. Apesar da inconsistência das evidências atuais nesta área, está documentado que a relação entre asma e obesidade traz consequências na gravidade de sintomas, conduta terapêutica e qualidade de vida destas crianças. Deste modo, é relevante a completa compreensão desta ligação, colocando-se a hipótese de que a criança asmática e obesa possa eventualmente representar um novo fenótipo de asma, com história natural e abordagem próprias.
Asthma is the most common pediatric chronic disease in developed countries, affecting around 10% of the pediatric population. It is characterized by chronic inflammation and bronchial hyperreactivity of the airways associated with reversible bronchoconstriction. The prevalence of asthma has been increasing internationally and in Portugal, over the last decades. Simultaneously, the number of obese and overweighed children, classified according to body mass index, has also been increasing, affecting 6 to 13% of the pediatric population. The aim of this review is to discuss some of the mechanisms underlying the relationship between asthma and obesity and to highlight its consequences and specificities in pediatrics. The association between these two entities has been proposed since the 1980’s, through several effects, namely mechanical, inflammatory, genetic and in utero effects, as well as through gender, age and gut microbiota influence. Obesity has mechanical consequences on pulmonary physiology, leading to volume, ventilation and perfusion changes. The complex role of the adipose tissue on airways function is increasingly recognized and may act, at least in part, through inflammatory mediators, such as tumor necrosis factor α, interleukin 6 or C reactive protein and through oxidative stress. Leptin and adiponectin, the main adipokines released from the adipose tissue, seem to have a particular contribution to the inflammatory environment. Additionally, both pathologies share genetic determinants and newly recognized polymorphisms might be important players in this connection. Fetal programming has also been proposed as a possible explanation for this relationship. This hypothesis is based on the theory that in utero insults lead to maladaptative modifications that influence the appearance of diseases in the future, such as asthma and obesity. The role of gut microbiota has also been highlighted, as several factors appear to interfere with the microorganisms colonizing the gut, conditioning the appearance of several diseases. This microbiological population is potentially shaped. Despite the present inconsistencies in the field, it is well recognized that the association of both pathologies affects the severity of symptoms, therapeutic and quality of life of these children. Therefore, it is very important to fully understand this connection, as it will allow a more comprehensive approach of the patient and pose the hypothesis of a new asthma phenotype represented by the asthmatic and obese child.
Description: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina, área cientifica de Pediatria, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/41415
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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