Dirty realism : a narrativa do espaço construído em Rem Koolhaas

Abstract

A presente dissertação tem como objectivo compreender o conceito que advém do termo usado por Bill Buford, em 1983, para designar uma nova geração de escritores americanos – Dirty Realism – quais as suas raízes e implicações para a arte e, acima de tudo, qual a sua importância no âmbito da arquitectura pós- -moderna. Para Liane Lefaivre, o Dirty Realism na arquitectura, tal como na literatura, não consistia numa tentativa de maquilhar a realidade, mas numa forma de se misturar activamente com os modos de vida de uma sociedade. Torna-se relevante compreender de que forma a arquitectura entendia o espaço urbano, e de como o novo contexto social e cultural de uma sociedade em transição constituiu uma potencial condição de pensamento disciplinar e do projecto. Importa ainda perceber quais as linguagens utilizadas na concepção de um novo espaço urbano aliando os espaços emergentes da sociedade de consumo a uma nova forma de projectar. Posto isto, pretende-se compreender o conceito no seu significado primário, qual a sua relação com a arquitectura de Rem Koolhaas e com o arquitecto enquanto parte integrante da nova realidade do pós-guerra americano no espaço temporal que compreende as décadas de 1950 a 1980.

The following dissertation aims to understand the concept stamped by Bill Buford, in 1983, in order to describe a new generation of American authors - Dirty Realism – its roots and implications for art and, above all, its importance in postmodern architecture. In Liane Lefaivre’s opinion, Dirty Realism in architecture, as in literature, did not consist in an attempt to make up reality, but in a way of actively engage with the lifestyle of a society. It is important to understand how architecture understood the urban space, and how the new social and cultural context of a society in transition constituted a potential condition of disciplinary thinking and project. It is also relevant to realize which languages were used in the design of a new urban space combining emerging areas of consumerist society to a new way of designing. Thus we aim to understand the concept in its primary meaning, its relationship with the architecture of Rem Koolhaas and with the architect as part of the new reality during the American postwar period, in the decades between 1950 and 1980.