Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/31385
Título: O Limite da Margem na Arte em Portugal (Sécs. XIV-XVI)
Autor: Antunes, Joana Filipa Fonseca 
Orientador: Craveiro, Maria de Lurdes
Palavras-chave: História da Arte; Iconologia; séculos XIV, XV, XVI; Margem; Marginalia; Parergon; Art History; Iconology; 14th, 15th, 16th centuries
Data: 3-Out-2016
Citação: ANTUNES, Joana Filipa Fonseca - O limite da margem na arte em Portugal (Sécs. XIV-XVI). Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/31385
Resumo: Num momento em que a margem se tornou um lugar-comum dos interesses e preocupações das Humanidades em geral e da História da Arte em particular, importa questionar os seus limites epistemológicos e operativos, sem deixar de reconhecer o seu imenso potencial para o conhecimento dos objectos - policrónicos, heterocrónicos ou anacrónicos (Didi-Huberman) - do passado. Movendo-se entre o início do século XIV e o início do século XVI, esta tese propõe-se precisamente abordar, a partir do caso português e das suas inevitáveis infiltrações, interacções e influências além-fronteiras, um dos períodos da História da Arte que mais recentemente têm servido à Iconologia como campo experimental para a revisão dos seus próprios limites: na descodificação das imagens do passado, no enfrentamento da enorme espessura cronológica do objecto artístico, na relação, por vezes teoricamente turbulenta, entre texto e imagem. Partindo, assim, da construção histórica e historiográfica da própria ideia de margem, imagens marginais, ornamento e superfluidade, este trabalho procura problematizar o conceito de marginalia, gerado nos domínios da literatura, estendido à codicologia e recentemente aplicado, em crescendo, às margens de todo e qualquer suporte da imagem pertencente à “longa Idade Média” (Le Goff) que, precisamente nas margens, escorre para lá do artifício dos seus limites e se (con)funde com a modernidade. Instrumentalizando a noção de parergon, e partindo da glosa de Derrida sobre a formulação kantiana da obra e do seu suplemento, do seu entorno, do seu excesso, do que está sobre ela, em torno dela, para além dela, propõe-se ainda entender a margem e as imagens marginais como superfluidade indispensável a um espaço ou um objecto, porque a ele intrínseca e com ele dialogante. Este espaço ou objecto encontram-se, por sua vez, na arquitectura religiosa, no mobiliário coral, na tumulária, na iluminura, com muitos outros suportes da imagem a alimentarem paralelos e contactos iconográficos. Dividida em três partes, que articulam a história e teoria dos marginalia medievais, para depois acompanharem a sua presença na arte em Portugal entre os séculos XIV e XVI e finalmente consubstanciarem as suas premissas gerais na abordagem histórico-artística e iconológica ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha), eleito como estudo de caso, esta tese procura estender a problematização da margem para lá do entorno – mais ou menos vazio, mais ou menos habitado - do fólio iluminado em direcção ao limite, à extremidade, ao interstício, à (in)visibilidade do objecto artístico que se constrói a partir da tensão e da interacção constante entre os seus centros e as suas margens. Porque a margem contém o profano, o monstruoso, o grotesco e por vezes até o transgressivo, mas não se define a partir deles, esta tese procura também explorar outros temas e outros sentidos, que vão ao encontro da participação dialógica no centro, ao seu complemento e à sua diluição, mas nem sempre à sua contradição.
To the Humanities in general, and Art History in particular, the margin has become a common-place. Thus, and despite its value to a better knowledge of the polychronic, heterochronic and anachronic objects of the past (Didi-Huberman), it urges to question its epistemological and operative limits. Framing the Portuguese artistic context between the beginnings of the 14th and the 16th centuries, this thesis addresses a period and a subject that have been particularly useful to Iconology: testing its own limits: decoding the images from the past; reevaluating the conflicted roles of text and images. Born within the realm of literature, the concept and terminology of marginalia was soon extended to codicology and has been lately applied to the margins of any artistic medium from the “long Middle Ages” (Le Goff) – a time that finds precisely at the margins a place of transformation and permanence, of (con)fusion with modernity. This thesis aims at questioning marginalia, while understandig the history and historiography of the margins, marginal images, ornament and superfluity. Also, it draws on the notion of parergon, from Derrida’s gloss on the kantian approach to the work of art (ergon). From that point of view, it proposes to deal with marginal images as necessary superfluities, dialogical and intrinsic to the work of art. To this study in particular, ergon will be either a religious building, a choir stall, a tomb or an illuminated manuscript, although many other types of objects will be called to provide iconographic paralells and clues. Divided in three main parts, this study will approach the history and teory of medieval marginalia, observing its specific presence and behaviour in Portugal from the 14th to the 16th century, and finally testing the thesis very own premisses through a specific case study, the sculptures of the Monastery of Santa Maria da Vitória (Batalha). One of its main goals is thus to extend the theoretical and material scope of the margin beyond the borders – more or less inhabited – of the illuminated page, and to direct it to the limits, the extremities, the interstices, the (in)visibilities of the work of art, built from the tension between its very centre and its margins. Although the margins contain the profane, the monstruous, the grotesque and even the transgressive, they are not defined by these categories. So, this thesis will also try to explore other themes and other meanings that express the participation of the margin in the center: through dialogue, complementarity, dilution, but not always (not necessarily), contradiction or paradox.
Descrição: Tese de doutoramento em História da Arte, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/31385
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Artes - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
O Limite da Margem na Arte em Portugal.pdf82.8 MBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Google ScholarTM

Verificar


Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.