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Título: Percepção de perigo e coesão social: impacto dos factores sociais e comportamentos sedentários no estado nutricional das crianças do município da Lousã
Autor: Araújo, Luísa Maria Pereira 
Orientador: Padez, Cristina
Nogueira, Helena
Palavras-chave: Obesidade infantil; Percepção de perigo; Coesão social; Comportamentos sedentários; Comportamentos activos
Data: 2013
Citação: ARAÚJO, Luísa Maria Pereira - Percepção de perigo e coesão social : impacto dos factores sociais e comportamentos sedentários no estado nutricional das crianças do município da Lousã. Coimbra : [s.n.], 2013. Dissertação de Mestrado. Disponível no WWW em :<http://hdl.handle.net/10316/30661>.
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Objectivos: Ao longo dos últimos anos, o ambiente social tem vindo a ser identificado como um dos factores que influencia a obesidade infantil. Deste modo, o presente estudo pretende conhecer a associação entre a percepção de perigo e a percepção de coesão social experienciada pelos pais, assim como a relação destes dois factores sociais com a obesidade e o tempo de brincadeiras das crianças do município da Lousã. O último objectivo deste estudo é analisar a relação entre o IMC e o tempo de brincadeiras activas e comportamentos sedentários. Material e Métodos: Para o presente estudo foram considerados os valores de IMC e factores sociodemográficos, obtidos através de um inquérito respondido pelos pais de 536 crianças, com uma faixa etária dos 6 aos 9 anos, do município da Lousã. Para a avaliação do estado nutricional das crianças foram definidos pontos de corte ajustados ao sexo e idade. Para o tratamento das questões relacionadas com a percepção de coesão social procedeu-se a uma Análise de Componentes Principais Categóricos, resultando num índex, onde posteriormente foi dicotomizado (percepção negativa vs. percepção positiva). Na análise estatística foram utilizadas duas variáveis dependentes – IMC e percepção de coesão social – e cinco independentes – habilitações académicas do pai, habilitações académicas da mãe, comportamentos sedentários, comportamentos activos: brincadeiras, e percepção de perigo. Resultados: A associação entre a percepção de perigo e a percepção de coesão social, assim como o facto de as crianças brincarem na rua ou não, não foi estatisticamente significativa. O mesmo se verificou em relação a estes dois factores sociais e o IMC das crianças. Todavia, observou-se que as pessoas que não se sentem seguras na sua área residencial têm menos 36% de probabilidade de ter uma percepção de coesão social positiva do que as que se sentem seguras (OR=0,36; 95% IC [0,15-0,88] p=0,03). No entanto, no modelo de regressão ajustado esta associação deixou de ser significativa (OR=0,36; 95% IC [0,12-1,08]; p=0,07). Verificase ainda uma percepção quase 3 vezes maior de coesão social positiva na ausência de discussão violenta entre vizinhos (OR=2,85; 95% IC [1,13-7,18]; p=0.03) e na ausência de ataques ou assaltos (OR=2,05; 95% IC [1,32-3,18]; p< 0,01). Observa-se que as crianças que vêm ≥2 horas de televisão por dia têm mais probabilidade de terem excesso de peso/obesidade (OR=2,27; 95% IC [1,35-3,82]; p<0,01), e que existe uma probabilidade aumentada das crianças verem mais televisão se as mães apenas tiverem o 1º ou 2º ciclo (OR=3,66; 95% IC [1,71-7,82]; p <0,01). vii Conclusão: O presente estudo revela que a percepção de coesão social é influenciada pela percepção de perigo, sendo a confiança uma forma de controlo social. Verificou-se também que a visualização de televisão é um factor de extrema importância e que contribui para o desenvolvimento do excesso de peso e obesidade das crianças do município da Lousã. Assim, no futuro, deverão ser realizados estudos a nível nacional que permitam avaliar com maior detalhe a percepção de perigo e coesão social em diferentes contextos ambientais e sociais.
Objectives: In the last years, the social environment has been identified as one of the factors that influence childhood obesity. Thus, the present study seeks to examine the association between perceived risk and perceived social cohesion experienced by parents, as well as the relationship between these two social factors with obesity and children’s playtime in Lousã’s county. The ultimate goal of this study is to analyze the relationship between BMI and active playtime and sedentary behaviors. Material and Methods: For the present study were considered the anthropometric measures and sociodemographic factors, obtained from a survey completed by parents of 536 children, with and age range of 6 to 9 years old from Lousã’s county. To evaluate the nutritional status of children were defined cut-off points adjusted to sex and age. For the treatment of questions related to perceived social cohesion, we proceeded to a Categorical Principal Component Analysis, resulting in an index, which was subsequently dichotomized (negative perception vs. positive perception). For the statistical analysis were used two dependent variables – BMI and perceived social cohesion – and five independent – educational level of the mother, educational level of the father, sedentary behaviors, active behaviors: playtime, and perceived risk. Results: The association between perceived risk and perceived social cohesion, as well as the fact that children play in the street or not, were not statistically significant. The same was verified in relation to these two social factors and BMI of children. Nevertheless, it was observed that people who do not feel safe in their neighborhood are 36% less likely to have a positive perception of social cohesion than those who feel secure (OR=0,36; 95% IC [0,150,88] p=0,03). However, in the adjusted regression model this association is no longer significant (OR=0,36; 95% IC [0,12-1,08]; p=0,07). There is a perception almost 3 times greater of social cohesion in the absence of violent argument between neighbors (OR=2,85; 95% IC [1,13-7,18]; p=0.03), and in the absence of attacks or robberies (OR=2,05; 95% IC [1,32-3,18]; p< 0,01). It is observed that children who watch ≥2 hours of television a day are more likely to be overweight/obese (OR=2,27; 95% IC [1,35-3,82]; p<0,01), and that there is an increased likelihood of children watching more television if mothers only have 1st or 2nd grade (OR=3,66; 95% IC [1,71-7,82]; p <0,01). Conclusion: The present study reveals that perceived social cohesion is influenced by perceived risk, and confidence works as a form of social control. We also found that ix television viewing is a very important factor which contributes to the development of overweight and obese children in Lousã’s county. So in the future, studies should be conducted nationally to assess in more detail the perceived risk and social cohesion in different environmental and social contexts.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Evolução e Biologia Humanas, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/30661
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:I&D CIAS - Dissertações de Mestrado
UC - Dissertações de Mestrado
FCTUC Ciências da Vida - Teses de Mestrado

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