Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/27526
Título: Vitamina D e esclerose múltipla
Autor: Matias, Francisco Gil Gonçalves 
Orientador: Sousa, Lívia de
Sargento, João
Palavras-chave: Vitamina D; Esclerose múltipla
Data: 2009
Resumo: A Esclerose Múltipla é uma doença crónica, inflamatória, auto-imune e desmielinizante do Sistema Nervoso Central. Apesar da etiologia ser desconhecida, há evidência geográfica, biológica e imunológica de que um baixo fornecimento ambiental de Vitamina D está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de Esclerose Múltipla. Estamos perante um patologia em que parecem existir interacções complexas entre susceptibilidade genética e factores ambientais. O papel da Vitamina D na homeostase do cálcio é bem conhecido. No entanto, a Vitamina D tem-se tornado um tema de interesse pela sua relação com a Esclerose Múltipla. A principal razão para tal deve-se à distribuição geográfica da doença. Áreas com elevada exposição solar, o principal indutor da síntese desta vitamina, têm baixa prevalência de Esclerose Múltipla e vice-versa. Para além disso, baixos níveis séricos do principal metabolito da Vitamina D (25-hidroxivitamina D3) estão associados a uma maior incidência da doença. Apesar da maioria do aporte de Vitamina D poder ser garantido por uma adequada exposição solar, é dada também importância ao papel da alimentação. Em países como a Noruega, em que a prevalência da doença não aumenta com a latitude, níveis adequados de vitamina D seriam mantidos através de uma dieta rica nesta vitamina e em Ácidos Gordos polinsaturados contendo elevados níveis de Ómega-3. Para além da vertente epidemiológica, diversos estudos têm clarificado a interacção da Vitamina D com o sistema imunitário e com a componente genética. A nível imunitário, existem evidências de que a Vitamina D é capaz de favorecer um desvio da imunidade no sentido anti-inflamatório (Th1 → Th2) bem como de ter um papel activo no impedimento da libertação de Linfócitos T reactivos contra auto-antigénios. Neste último processo, parece haver uma relação directa com a componente genética, nomeadamente com a presença de haplotipos dos Antigénios Leucocitários Humanos, em particular com a presença do haplotipo HLA-DRB1*1501. Este está associado a um maior risco do desenvolvimento da doença sendo a sua expressão influenciada pela presença de Vitamina D. Neste trabalho pretendo efectuar uma revisão da literatura para melhor compreender a relação entre a Vitamina D e a Esclerose Múltipla e o possível valor da suplementação oral com Vitamina D nesta patologia. Conclui-se que, apesar de todos os avanços, o papel exacto da função da Vitamina D no surgimento e desenvolvimento da Esclerose Múltipla é ainda desconhecido. No entanto torna-se cada vez mais evidente a sua implicação na doença. Muitos clínicos acreditam que a suplementação oral com doses elevadas de vitamina D em doentes com Esclerose Múltipla possa vir a ter um efeito benéfico, havendo já alguma evidência nesse sentido que carece, no entanto, de estudos controlados. Já no caso da suplementação com vista a prevenção da doença, será ainda precoce a sua implementação, no entanto, tem-se vindo a propor a investigação dessa possibilidade.
Multiple Sclerosis is a chronic, inflammatory, autoimmune and demyelinating disease of the central nervous system. Although the aetiology remain obscure, there are geographical, biological, and immunological evidence that exposure to low environmental supplies of Vitamin D is associated with an increased risk of developing Multiple Sclerosis. We are confronting a disease where complex interactions between genetic susceptibility and environmental factors seem to exist. The Vitamin D role in calcium homeostasis is well-known. However, the relation between Multiple Sclerosis and Vitamin D has become a topic of interest. The main reason for this is the observed geographical disease distribution. Areas with high sunlight exposure, the principal inducer of vitamin D synthesis, have a relatively low prevalence of Multiple Sclerosis and vice versa. Furthermore, low levels of the principal Vitamin D metabolite (25-hydroxy Vitamin D) in the blood circulation are associated with a high incidence of Multiple Sclerosis. Although most part of Vitamin D requirements can be provided by sun exposure, diet contribution has been noticed as significant. In Countries, like Norway, in which Multiple Sclerosis prevalence does not increase with latitude, Vitamin D sufficiency would be maintained through a diet providing Vitamin D as well as marine omega-3 polyunsaturated fatty acids. Besides the epidemiological role, several studies have cleared the Vitamin D interaction with immune and genetic components. In what immune system is concerned, evidence supports a model in which Vitamin D mediates a shift to a more anti-inflammatory profile (Th1 → Th2). Furthermore, there seems that Vitamin D has an active role in blocking auto-reactive T cells release. In this last process, it seems to be a direct relationship with genetic component, namely with Major Histocompatibility Complex haplotypes, and in particular with HLA-DRB1*1501 haplotype. The presence of this haplotype is associated with an increase risk of developing Multiple Sclerosis and its expression is influenced by Vitamin D. In this study, I intend to do a review in order to fully understand the relation between Vitamin D and Multiple Sclerosis and the value of Vitamin D supplementation in this disease. We conclude that, besides all developments, the exact role of Vitamin D function in Multiple Sclerosis arises and development is still unknown. However, it is more and more obvious it involvement in the disease. Lots of physicians believe that Vitamin D supplementation in Multiple Sclerosis patients would be beneficial. There has already been evidence pointing that direction but controlled studies are required. In what concerns Vitamin D supplementation to prevent the disease, it could be too early to implement that. However, investigation in that area has been proposed.
Descrição: Trabalho final do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre no âmbito do ciclo de estudos de mestrado em medicina apres. à Faculdade de Medicina de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/27526
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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