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Título: Análise dos fatores da não adesão ao tratamento nos doentes com sindrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS)
Autor: Lopes, Maria Goreti Almeida. 
Orientador: Ferreira, Pedro Lopes
Santos, João Moutinho dos
Palavras-chave: Síndrome de apneia; Obstrutiva do sono; Pressão positiva contínua na via aérea; Ventilação não invasiva; Serviço Nacional de Saúde; Adesão; Índice de apneia Hipopneia (IAH); Sonolência diurna excessiva.
Data: 13-Dez-2012
Editora: FEUC
Citação: Lopes, Maria Goreti Almeida - Análise dos fatores da não adesão ao tratamento nos doentes com sindrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). Coimbra, 2012
Resumo: A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio respiratório muito prevalente correndo entre 2 a 4% na população adulta com importantes repercussões na saúde e na qualidade de vida. Esta doença representa em saúde elevados custos indiretos decorrentes da diminuição do desempenho profissional com co morbilidades. Apesar da sua cronicidade e morbilidade esta doença é tratável com ventilação por pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP). Objetivos: o principal objetivo desta dissertação foi o de avaliar a taxa de não adesão a longo termo de doentes com SAOS em tratamento com ventilação por pressão positiva após alta da consulta hospitalar e análise de eventuais fatores de não-adesão. Métodos: Foram selecionados aleatoriamente 350 com SAOS e em tratamento com ventilação que tivessem tido alta do Centro de Medicina do Sono aderentes há mais de um ano. A adesão foi definida como utilização de mais de 70% dos dias, mais de 4h por noite. Do registo clínico foram extraídos todos os dados clínicos considerados relevantes para o estudo. Segundo os dados os doentes foram incluídos em dois grupos: aderentes e não aderentes. Foi distribuído a todos os doentes dois questionários para auto preenchimento. Um questionário elaborado para o efeito que incluiu possíveis preditores de adesão e não adesão como (educação, literacia, adesão ao tratamento, razões para interrupção do tratamento, iatrogenia, suporte familiar, prescrição e governação) e um outro, o DS14 para avaliação psicológica do doente definindo a personalidade tipo D através da junção de duas componentes (afetividade negativa e inibição social) em doentes com SAOS. A análise estatística foi tratada em programa informático donde os dados contínuos foram expressos em médias (±dp), os não contínuos em dados percentuais e frequências. A comparação entre grupos foi feita pelo t-Student e para mais de dois grupos (ANOVA). O questionário foi dividido em 5 domínios e agrupados em subdomínios segundo varimax. A interpretação dos testes estatísticos foi realizada com base no nível de significância α=0,05 com IC de 95%. Resultados: 350 doentes estudados (84% homens), com idade média (63,1 anos). A maioria residia em ambiente urbano (64%) com uma distribuição geográfica da zona centro do país e pertenciam maioritariamente ao SNS (93,7%). Tem termos médios apresentavam um SAOS grave (IAH≥30 eventos/h) de 72,1% e uma SDE com score >11, (22%) vi manifestavam insónia com patologia cardiovascular (HTA e diabetes). Foram obtidos dados de adesão em 235 doentes que corresponderam em termos médios a 2542±888 dias de tratamento (6,9 anos) e 1942±786 dias após alta (5,3 anos) sem recurso ao centro prescritor. Oitenta e quatro vírgula cinco por cento dos doentes eram aderentes. Os doentes aderentes diferiam dos não aderentes na idade com (p=0,05), no IAH (p=0,003) em percentagem do nº de horas, e em percentagem dos dias de utilização quer na primeira avaliação quer na altura da alta (p=0,000). Não se encontrou associação na sintomatologia entre aderentes vs não aderentes nas características da sintomatologia, embora doentes com insónia e ansiedade façam menos horas de tratamento (6,45±2,2 h e 5,9±2,5) com vs sem ansiedade. Dos 158 questionários recebidos as perguntas relacionadas com educação/literacia (melhoria atribuída ao tratamento (p≤0,01) e razões de utilização (melhoria no companheiro de leito p=0,005) foram onde se verificou melhor correlação com o meio de diagnóstico. A ansiedade também mostrou correlação com a Iatrogenia (fatores respiratórios e beneficio).Não se verificaram correlações nas características clinicas. A presença de personalidade D do questionário DS14 originou diferenças significativas com a iatrogenia e a perceção do beneficio embora a característica de personalidade tipo D não estivesse associada à adesão. Conclusão: Os problemas da não adesão ao tratamento por parte dos doentes com SAOS são complexos e multifatoriais nas suas causas. Diante desta multiplicidade, os dados de adesão são cruciais para a garantia de eficácia do tratamento e a relação custo-benefício.
Descrição: Dissertação de mestrado em Gestão e Economia da Saúde, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sob a orientação de Pedro Lopes Ferreira, José Moutinho dos Santos.
URI: https://hdl.handle.net/10316/21491
Direitos: openAccess
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FEUC- Teses de Mestrado

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