Aspects of the behavioral ecology of Podarcis bocagei (Sauria- Lacertidae): a study of visual communication and chemoreception.

Abstract

Este estudo examina alguns aspectos da ecologia comportamental do lacertídeo Podarcis bocagei através da utilização de técnicas bi e tridimensionais - imagens de vídeo e modelos representativos da espécie - em experiências realizadas no laboratório e no campo. O trabalho explora o significado da visão e da quimiorrecepção na mediação do comportamento desta espécie e o modo como estas duas modalidades sensoriais determinam a estrutura social dos indivíduos. Este estudo foca três aspectos: 1) factores determinantes de comportamento em P. bocagei, tais como a importância do tamanho e da postura corporal; 2) a capacidade da espécie em reconhecer e responder a imagens de vídeo de presas e indivíduos conspecíficos; e 3) o estudo da quimiorrecepção através da utilização de modelos. O tamanho e as posturas corporais dos modelos foram factores importantes para influenciar o comportamento das lagartixas. Estes resultados indicam que o tamanho de um indivíduo oponente poderá ser detectado e avaliado por uma lagartixa e que a assimetria resultante desta interacção levará a um resultado previsível. O reconhecimento e a interpretação de posturas e a avaliação do tamanho de indivíduos é uma forma pela qual estes animais podem minimizar a ocorrência, a duração e/ou a severidade de interacções competitivas. Os resultados forneceram alguma evidência sobre a capacidade desta espécie para interpretar as imagens de vídeo como sendo reais, pois as lagartixas exibiram um comportamento apropriado quando sujeitas a imagens televisivas de insectos e de indivíduos conspecíficos. Taxas elevadas de projecções de língua sugerem que os machos conseguem discriminar conspecíficos e o sexo baseando-se em estímulos químicos. Além disso, os machos também modificaram o seu comportamento quando testados com os diferentes estímulos químicos o que pode ser interpretado como uma identificação apropriada de cada odor. As experiências realizadas com as fêmeas não indicaram contudo uma resposta muito clara acerca das suas capacidades de quimiorrecepção.