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Título: A quase-informação na literatura de Cabo Verde em tempo de censura: 1926-1975
Autor: Cruz, Sandra Inês Andrade Ramos 
Orientador: Laranjeira, José Luís Pires
Palavras-chave: Literatura cabo-verdiana -- 1926-1975; Censura -- Portugal -- 1926-1975
Data: 2009
Citação: Cruz, Sandra Inês Andrade Ramos - A quase-informação na literatura de Cabo Verde em tempo de censura: 1926-1975. Coimbra, 2009
Resumo: Propõe-se, o presente trabalho, analisar as ligações entre Jornalismo e Literatura no arquipélago de Cabo Verde durante o período da ditadura imposta pelo Estado Novo. Nessa análise serão tidos em conta textos literários de décadas, estilos e autores diversos, bem como publicações periódicas que tenham circulado nas ilhas, nesse espaço de tempo. Partindo de reflexões e definições que se pretendem edificadoras de teorias em contínua marcha de esclarecimento, nos domínio literário e jornalístico, consideramos alguns conceitos que vêm engrossando limites questionáveis entre Jornalismo e Literatura: a realidade e o que ela pode abranger; a verdade ou a sua ilusão; a historicidade válida de registos diferentes da realidade; o engajamento e a sua necessidade ou inevitabilidade perante o contexto que o ampara. Pesada a ambiguidade de muitos desses conceitos, cuja reflexão não pode ser posta de lado na abordagem da Literatura, por um lado, e do Jornalismo, por outro, tentamos avaliar a sua presença nas duas formas de escrita, a partir do momento em que a imprensa foi uma realidade em Cabo Verde, mas, com mais atenção, durante o tempo da censura que vigiou a colónia, enquanto extensão de Portugal. Da análise das variações da lei da liberdade de imprensa desde os princípios do século XIX, e da constatação de que, nas brechas de restrição ditatorial dessa liberdade, o Jornalismo cabo-verdiano acompanhava Portugal e a Europa na missão reguladora da sociedade, passamos à demonstração de como a censura foi obrigando os colaboradores da imprensa a transferir de espaço a exteriorização das suas ideias e, por consequência, a missão de controlar, pela denúncia, os poderes públicos. Protegida, em parte, pela capa de ficcionalidade que lhe justifica a liberdade na escolha e tratamento dos temas, a Literatura ocupou o lugar do Jornalismo na delação dos mais graves problemas do arquipélago, torneando a vigilância colonial e, alimentando uma consciência social que lançaria as sementes da independência política de Cabo Verde. É considerando todas as especificidades da criação artística a que a Literatura obedece, mas, sobretudo, o desejo de realismo que consegue chegar a encostá-la à verdade, que nos atrevemos a ver notícias nas obras literárias seleccionadas para este reflexão.
Descrição: Dissertação de mestrado em Literaturas e Culturas Africanas e da Diáspora, apresentada à Fac. de Letras da Univ. de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/13352
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FLUC Secção de Português - Teses de Mestrado

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