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https://hdl.handle.net/10316/12065
Título: | Contributo para um melhor conhecimento do efeito da Sinvastatina no cancro da mama através do estudo com células 4T1 em modelo in vivo | Autor: | Custódio, Ana Sofia Santos | Orientador: | Dias, Margarida Figueiredo Cabrita, António Silvério |
Palavras-chave: | Sinvastatina; Cancro da mama | Data: | 2009 | Resumo: | As estatinas pertencem ao grupo terapêutico redutor dos níveis plasmáticos do colesterol, através da inibição da enzima hepática 3-Hidroxi-3- metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase. As estatinas são muito usadas no tratamento da hipercolesterolémia mas, além da sua acção de inibição da síntese de colesterol, as estatinas apresentam outras actividades biológicas, incluindo um potencial efeito anti-neoplásico. Esta pleiotropia atribuível às estatinas resultaria em parte da inibição da síntese do colesterol e de intermediários isoprenoides da via do mevalonato. Apesar de alguns estudos laboratoriais terem demonstrado que as estatinas lipofílicas como sinvastatina, tinham a capacidade de induzir apoptose, reduzir a proliferação celular e inibir a capacidade de metastização duma variedade de linhagens celulares neoplásicas, incluindo células mamárias, os resultados dos estudos epidemiológicos são divergentes, não sendo possível, à luz dos dados experimentais e epidemiológicos publicados, estabelecer com nitidez a relação risco/beneficio das estatinas com o cancro. Mais estudos são necessários quer estudos experimentais quer estudos epidemiológicos para confirmar e tentar perceber melhor os potenciais mecanismos anti-cancerígenos das estatinas, nomeadamente no cancro da mama. Assim, foi desenhado um estudo experimental totalmente original que permitisse avaliar o efeito quimiopreventivo e terapêutico da sinvastatina, uma das estatinas mais utilizada no ser humano, numa situação de cancro da mama de mau prognóstico. Para esse efeito, usámos 40 murganhos fêmeas Balb/c e células da linha celular 4T1 de adenocarcinoma mamário de murganho para realizar o nosso estudo. Os murganhos fêmeas foram divididos em quatro grupos, o grupo I (GI), o grupo II (GII), o grupo III (GIII) e o grupo IV (GIV), sendo que neste último os animais não foram submetidos a nenhum procedimento experimental. Nos GI, GII e GIII, foram injectadas células 4T1 no dorso dos murganhos. No GI e GII, foi realizada uma administração de sinvastatina intraperitoneal (25mg/Kg e 50mg/Kg, respectivamente), 3 vezes por semana durante 6 semanas com início sete dias antes da inoculação celular. Os animais do GIII foram tratados unicamente com soro fisiológico. Após este intervalo de tempo, os murganhos foram sacrificados e os tumores removidos. Foram avaliados a taxa de aparecimento de neoplasias, o volume das neoplasias, os receptores de estrogénio, a proliferação e a apoptose nas células neoplásicas, as três últimas usando técnicas de imunohistoquímica (IHQ). Os tumores de GIII apresentaram um volume médio superior ao dos tumores de GI e GII com uma diferença estatísticamente significativa em relação ao GI (p=0,011), não tendo sido detectadas diferenças significativas entre os volumes médios dos tumores de GI e GII. O GIII apresentou igualmente uma maior taxa de localizações secundárias de tumores. No entanto, apesar da diferença entre a percentagem de metástases de GI, GII e GIII ser acentuada, ela não apresenta significado estatístico (p = 0,35 e p= 0,62). A marcação para RE foi mais intensa em GII e GI com diferenças estatísticamente significativas entre GII e GIII (p< 0,005) e, igualmente, entre o GI e GIII (p = 0,004). Os tumores de GIII apresentaram a maior taxa de marcação com PCNA, com diferenças estatísticamente significativas quando comparamos com os outros grupos, GI (p<0,005) e GII (p<0,005), demonstrando que a proliferação celular é superior neste grupo. A marcação para a Caspase 3, um marcador pró-apoptose, foi mais intensa em GI e GII, com diferenças estatisticamente significativas aquando da comparação com o grupo controlo GIII, p<0,005, demonstrando uma maior reacção de apoptose nos grupos tratados com sinvastatina. A marcação para o Bcl2, um marcador anti-apoptose, foi equilibrada entre os três grupos, não havendo diferenças estatísticamente significativas entre os diferentes grupos. Os resultados obtidos através deste modelo experimental são concordantes com a existência de uma acção anti-proliferativa e pró-apoptose da sinvastatina em células tumorais de cancro da mama. As estatinas, nomeadamente a sinvastatina, parecem ser uma promissora opção terapêutica no cancro, nomeadamente no cancro da mama de mau prognóstico, embora sejam necessários mais estudos para poder chegar a uma conclusão. | Descrição: | Dissertação de mestrado em Patologia Experimental, apresentada à Fac. de Medicina da Universidade de Coimbra | URI: | https://hdl.handle.net/10316/12065 | Direitos: | openAccess |
Aparece nas coleções: | UC - Dissertações de Mestrado FMUC Medicina - Teses de Mestrado |
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