Hipoacusia unilateral e ADHEAR: 2 casos clínicos

Abstract

Hearing loss is a worldwide problem, with a huge impact on people´s heath and quality of life, especially children, because even mild to moderate hearing loss, if not treated, disrupts language acquisition, school performance and social integration, presenting itself as a barrier to development and education. Therefore, the importance of early diagnosis and appropriate intervention is highlighted, whether pharmacological, surgical or through auditory rehabilitation. Regarding auditory rehabilitation, different therapeutic options are available, from auditory training to the placement of conventional or bone conduction hearing aids.Regarding bone conduction systems, passive hearing aids, conventionally soft bands, are characterized by exerting pressure on the skulls to ensure signal transmission to the mastoid. However, frequent displacement and discomfort caused by the pressure of these devices have been frequently described by patients. Therefore, a new type of non-surgical bone conduction device was developed, the ADHEAR - Adhesive Bone Conduction Hearing Device (MED-EL, Innsbruck, Austria). The bone anchorage in ADHEAR is achieved with an adhesive adapter that can be used as a treatment for conductive hearing loss. This novel fixation system allows for a more comfortable and discreet fixation, without applying any pressure for an efficient mechanical transmission of the acoustic signal to the cochlea. The objective of this study is to evaluate the tonal functional gain (TFG) of ADHEAR in two patients with unilateral conduction hearing loss, an 8-years-old patient with external ear canal stenosis and another 16-years-old patient with Goldenhar syndrome. A TFG of 28.75 dB and 53.75 dB, respectively, was found. Therefore, ADHEAR could be a promising alternative to conventional auditory conduction systems in children with unilateral conductive hearing loss.

A perda auditiva é um problema a nível mundial, com enorme impacto na qualidade de vida, sobretudo nas crianças, pois mesmo a perda auditiva de grau ligeiro a moderado, se não tratada, perturba a aquisição da linguagem, o desempenho escolar e a integração social. Assim, realça-se a importância do diagnóstico precoce e intervenção apropriada, seja esta farmacológica, cirúrgica ou através da reabilitação auditiva. No que se refere à reabilitação auditiva, diferentes opções terapêuticas estão disponíveis, desde o treino auditivo, à colocação de aparelhos auditivos convencionais ou por condução óssea.Relativamente aos sistemas de condução óssea, os dispositivos passivos, convencionalmente as bandas, caraterizam-se por exercer pressão sobre o crânio para assegurar a transmissão do sinal à mastoide. Porém, a deslocação frequente e desconforto provocados pela pressão destes dispositivos têm sido frequentemente descritos pelos pacientes. Neste sentido, foi desenvolvido um novo tipo de dispositivo de condução óssea não-cirúrgico, o ADHEAR (MED- EL, Innsbruck, Áustria). Baseia-se num inovador sistema de fixação através de um adaptador adesivo, que possibilita uma fixação mais cómoda e discreta, sem necessidade de exercer pressão para uma eficiente transmissão mecânica do sinal acústico à cóclea. O objetivo deste estudo é avaliar o ganho funcional tonal (GFT) do ADHEAR em dois pacientes com hipoacusia de condução unilateral: um paciente de 8 anos com estenose do meato acústico externo (MAE) e outro de 16 anos com síndrome de Goldenhar. Verificou-se um GFT de 28.75 dB e 53.75 dB, respetivamente. Deste modo, o ADHEAR poderá ser uma alternativa promissora aos sistemas auditivos de condução convencionais em crianças com hipoacusia de condução unilateral.