Clinical Management of Large Periapical Lesions of Endodontic Origin - A Case Series

Abstract

Introdução: As lesões periapicais de origem endodôntica são lesões inflamatórias causadas pela presença de uma infeção persistente, consequência de necrose pulpar. A persistência da infeção induz uma resposta imune inflamatória, com consequente reabsorção óssea e formação de granulomas, abcessos agudos, ou quistos. Estas lesões podem atingir dimensões consideráveis, sendo consideradas de tamanho crítico a partir dos 5 mm de dimensão no seu maior eixo, permanecendo frequentemente assintomáticas durante um longo período de tempo. À luz da evidência científica atual, não existe um protocolo definido para o tratamento destas lesões. A abordagem de primeira linha deverá sempre ser o tratamento ou retratamento endodôntico não cirúrgico. Porém, face às suas dimensões, na maioria dos casos torna-se fundamental associar um método adjuvante para o controlo da infeção. Entre os vários métodos disponíveis destaca-se a enucleação, a marsupialização e a descompressão. A escolha do tratamento deverá ter em conta diversos fatores, contudo a descompressão representa a opção mais conservadora. A presente série de casos pretende relatar a abordagem terapêutica de quinze casos clínicos de grandes lesões periapicais de origem endodôntica, submetidos ao tratamento endodôntico não cirúrgico, descompressão por irrigação e aspiração simultânea e/ou com colocação de dreno, e, pontualmente, microcirurgia. Casos Clínicos: Todos os pacientes incluídos apresentavam um diagnóstico de lesão periapical de tamanho crítico, com origem endodôntica. A maioria das lesões situavamse no maxilar, com sintomatologia associada e sinais de abaulamento e/ou edema. Como exames complementares de diagnóstico destaca-se o uso de testes de sensibilidade pulpar, tomografia computorizada de feixe cónico, e análise microbiológica. A abordagem terapêutica incluiu o tratamento endodôntico não cirúrgico, em associação com descompressão pela técnica de irrigação e aspiração simultânea e/ou com colocação de dreno, e, pontualmente, microcirurgia. Conclusão: Ambas as técnicas de descompressão, utilizadas como medidas adjuvantes para o controlo da infeção, independentemente do seu uso isolado ou em associação, permitiram taxas de redução significativas do volume das lesões e indução de cicatrização óssea. Independentemente da resolução das lesões, a descompressão possibilitou a respetiva redução, minimizando os riscos e complexidade da intervenção cirúrgica subsequente, quando necessária.

Introduction: Periapical lesions of endodontic origin are inflammatory lesions caused by persistent infection due to pulp necrosis. This infection induces an immuneinflammatory response, leading to bone resorption and the formation of chronic granulomas, acute abscesses, or cysts, the latter resulting from the stimulation of the epithelial remnants of Malassez. These lesions can reach considerable dimensions and often remain asymptomatic for a long period. The size of periapical lesions of endodontic origin significantly influences treatment prognosis, with lesions measuring 5 mm or more in their longest axis being considered critical. According to current scientific evidence, there is no standardized protocol for the treatment of these lesions, however, the initial approach should always be nonsurgical endodontic treatment or retreatment. Given the lesion size, it is often essential to combine with an adjuvant method to control infection. Available methods include enucleation, marsupialization, and decompression, with decompression being the most conservative option. This case series aims to describe the clinical management of 15 large periapical lesions of endodontic origin, treated through a combination of nonsurgical endodontic treatment, cystic decompression, and, in some cases, apical microsurgery. Clinical cases: All patients included had a diagnosis of a critical-sized periapical lesion of endodontic origin. Most lesions were located in the upper jaw and were associated with symptoms, as well as signs of bulging and/or swelling. Complementary diagnostic tests included pulp sensitivity tests, cone-beam computed tomography, and microbiological analysis. The therapeutic intervention involved nonsurgical endodontic treatment, in association with the simultaneous irrigation and aspiration technique and/or decompression with drain placement, and, in some cases, microsurgery. Conclusion: Both decompression techniques used as adjunctive measures to control infection, whether used alone or in combination, were effective in significantly reducing lesion volume and inducing bone healing. Irrespective of lesion resolution, it promotes lesion reduction and thus minimizes the risk and complexity of the subsequent surgical intervention, if required.