ACEITABILIDADE E DETERMINANTES DA ADESÃO AOS PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO DE CARIZ PSICOLÓGICO EM DOENTES COM FIBROMIALGIA

Abstract

International guidelines recommend non-pharmacological therapies, including psychological interventions, as the first line treatment of fibromyalgia. However, research has reported low adherence to psychological treatment in this population, with few studies focusing on this phenomenon. This study aims to identify clinical and individual factors (illness representations, attitudes towards help-seeking) that influence the (non) seeking of psychological help in fibromyalgia. The sample consists of 97 participants with fibromyalgia (n = 75 women), who completed an online protocol to evaluate the variables under study. The majority of participants received/receive psychological treatment, reporting moderate levels of satisfaction and perceived usefulness. Participants showed a preference for formal help and an individual, face-to-face format. An association was observed between clinical symptoms, emotional representations of fibromyalgia and attitudes and intention to seek help in both sexes. The results in the female population show that psychological openness mediates the relationship between the propensity and intention to seek help, controlling for the effect of clinical symptoms. Additionally, emotional representations of the disease mediate the relationship between the belief of personal control over fibromyalgia and not seeking help, with fibromyalgia symptoms acting as a moderator. This study contributes to the understanding of the determinants of (non) help-seeking and emphasizes the need to target the beliefs and attitudes of people with fibromyalgia and to personalize psychological treatments based on their preferences, in order to promoting help-seeking behaviors and adherence.

As diretrizes internacionais recomendam as terapias não farmacológicas, incluindo as intervenções psicológicas, como tratamento de primeira linha na fibromialgia. Contudo, a investigação tem reportado uma baixa adesão ao tratamento psicológico nesta população, sendo escassos os estudos que se debruçaram sobre este fenómeno. Este estudo visa identificar fatores clínicos e individuais (representações da doença, atitudes relativamente à procura de ajuda) que influenciam a (não) procura de ajuda psicológica na fibromialgia. A amostra é composta por 97 participantes com fibromialgia (n = 75 mulheres), que preencheram um protocolo online para avaliação das variáveis em estudo. A maioria dos participantes recebeu/recebe tratamento psicológico, reportando níveis moderados de satisfação e de utilidade percebida em relação ao mesmo. Os participantes mostraram preferência pela ajuda formal e por um formato individual e presencial. Observou-se uma associação entre sintomas clínicos, representações emocionais da fibromialgia e atitudes e a intenção de procurar ajuda em ambos os sexos. Os resultados na população feminina mostram que a abertura psicológica medeia a relação entre a propensão e a intenção de procurar ajuda, controlando o efeito dos sintomas clínicos. Adicionalmente, as representações emocionais da doença medeiam a relação entre a crença de controlo pessoal sobre a fibromialgia e a não procura de ajuda, com os sintomas de fibromialgia a atuarem como moderadores. Este estudo contribui para a compreensão dos determinantes da (não) procura de ajuda e enfatiza a necessidade de atuar sobre as crenças/atitudes destes doentes e de personalizar o tratamento psicológico baseado nas suas preferências, promovendo os comportamentos de procura de ajuda e de adesão.