Expectativas de Futuro Vocacional na “Adultez Emergente”: Estudo Exploratório

Abstract

The investigation developed in this dissertation focuses on the theory of Jeffrey Arnett (2000,2004,2015), in which he suggests that the great socioeconomic changes of the 21st century, provoked the prolongation of the process of transition to adulthood, which in turn, gave rise to a new phase of development, with distinctive characteristics, called Emerging Adulthood.Through an exploratory study, developed from a heterogeneous sample, composed of 38 subjects, aged between 19 and 29 years, we sought to find out how this phase is experienced in the Portuguese context. To this end, an interview was prepared, consisting of twelve sections, with the aim of analyzing sociodemographic data, such as academic history, professional tastes/values, plans and expectations for the future, and interpersonal relationships, taking into account the dimensions of emerging adulthood. Additionally, to complement the information obtained, the revised version of the Vocational Interests Questionnaire (QIV-R) (J. Tomás da Silva (2007/2010)) was applied.The results obtained allowed us to conclude that although the sample elements have positive vocational expectations, their levels of optimism in relation to their professional future are lower than the levels observed by Arnett (2014) in this development phase. It was also found that most of the sample elements appear to be living in Emerging Adulthood, showing all the distinct characteristics of this phase. However, it is important to note that this sample presents a minority group of subjects, who stand out from the rest, as they do not have the same characteristics, despite being part of the same cultural and sociodemographic context.

A investigação desenvolvida nesta dissertação centra-se na teoria de Jeffrey Arnett (2000, 2004, 2015), na qual sugere que as grandes mudanças socioeconómicas do século XXI, provocaram o prolongamento do processo de transição para a idade adulta, que, por sua vez, deu origem a uma nova fase de desenvolvimento, com características distintivas, intitulada de Adultez Emergente.Através de um estudo exploratório, desenvolvido a partir de uma amostra heterogénea, composta por 38 sujeitos, com idades compreendidas entre os 19 e 29 anos, procurou-se conhecer de que forma esta fase é vivenciada no contexto português. Para tal, foi elaborada uma entrevista, composta por doze secções, com o intuito de analisar dados sociodemográficos como o histórico académico, os gostos/valores profissionais, os planos e expectativas para o futuro, bem como as relações interpessoais, tendo em conta as dimensões da Adultez Emergente. Adicionalmente, com o objetivo de complementar a informação obtida, aplicou-se a versão revista do Questionário de Interesses Vocacionais (QIV-R), (J. Tomás da Silva (2007/2010).Os resultados obtidos permitiram concluir que, apesar de os elementos da amostra apresentarem expectativas vocacionais positivas, os seus níveis de otimismo em relação ao seu futuro profissional revelam-se inferiores aos níveis observados por Arnett (2014) nesta fase de desenvolvimento. Verificou-se também que a maior parte dos sujeitos da amostra aparentam estar a viver na idade da Adultez Emergente, apresentando todas as características distintas desta fase. Contudo, é importante notar que esta amostra apresenta um grupo minoritário de sujeitos que se destacam dos restantes ao não apresentar as mesmas características, apesar de integrarem o mesmo contexto cultural e sociodemográfico.