O Impacto da Pandemia COVID-19 na Estrutura de Capital das PMEs, Clientes da Embeiral Construction

Abstract

O presente relatório resulta do Estágio Curricular realizado no Grupo Embeiral, entre fevereiro e junho de 2022, em Viseu. Ao longo de cinco meses foram desenvolvidas diversas tarefas de carácter contabilístico e fiscal, tais como o lançamento de operações e o preenchimento da declaração da IES. À semelhança do tecido empresarial português, a maioria dos clientes da sub-holding Embeiral Construction são PMEs. Estas desempenham um papel crucial para a economia, contudo, são bastante dependentes de financiamento externo, em particular do crédito bancário, para crescerem e expandirem a sua atividade. Estas empresas enfrentam restrições no acesso ao financiamento, sendo que em períodos de crise em que existe aumento da inflação e taxas de juros, essas dificuldades agravam-se e torna-se ainda mais desafiante obter a estrutura de capital mais rentável para as empresas. A estrutura de capital refere-se à forma como as empresas utilizam capital próprio e capital alheio para financiar os seus ativos e investimentos (Semedo, 2015).A atual crise pandémica que o país enfrenta, desencadeada pela doença COVID-19, provocou condições económicas mais vulneráveis, um elevado nível de incerteza e inúmeras restrições para as empresas. Por esta razão, surgiu o interesse de investigar se o atual contexto social e económico influência e impacta a decisão das PMEs no que respeita à sua estrutura de capital. Assim, com base numa amostra de 905 PMEs para o período entre 2017 e 2020, foi aplicada a metodologia de dados em painel a fim de cumprir o objetivo primordial de investigar o possível impacto provocado pela pandemia COVID-19 sobre a estrutura de capital das PMEs, clientes da Embeiral Construction.Os resultados obtidos demonstram que a crise pandémica provocou uma diminuição do endividamento total das PMEs, clientes da sub-holding. Ademais, as variáveis rendibilidade, dimensão, outros benefícios fiscais e crescimento demonstraram-se significativas e os seus coeficientes vão, de modo geral, de encontro ao sinal esperado, sugerindo que tanto a teoria Trade Off como a Pecking Order explicam a estrutura de capital destas empresas.

This report is the result of the Curricular Internship held at Grupo Embeiral, between February and June 2022, in Viseu. Over the course of five months, various accounting and tax tasks were carried out, such as launching operations and filling in the IES declaration.As well as perceived among the Portuguese business community, the Embeiral Construction sub-holding customers’ are mainly SMEs. These play a crucial role for the economy; however, they are quite dependent on external financing, in particular bank credit. The organizations appeal to this resource in order to grow and expand their activity. Nonetheless, these companies face restrictions on the access to financing, mainly during crisis. In these periods, in which the inflation and the interest rates increase, the organizations have to face higher obstacles and are even more challenged to obtain the most profitable capital structure for companies. Capital structure refers to the approach that companies employ equity and debt capital to finance their assets and investments (Semedo, 2015).The current pandemic crisis that the country is facing, triggered by the COVID-19 disease, has caused more vulnerable economic conditions, a high level of uncertainty and numerous restrictions for companies. For this reason, the interest arose to investigate whether the current social and economic context influences and impacts the decision of SMEs regarding their capital structure.Thus, based on a sample of 905 SMEs for the period between 2017 and 2020, the panel data methodology was applied in order to fulfill the primary objective of investigating the possible impact caused by the COVID-19 pandemic on the capital structure of SMEs, customers of Embeiral Construction.The results obtained demonstrate that the pandemic crisis caused a decrease in the total indebtedness of SMEs, customers of the sub-holding. Furthermore, the variables of profitability, the company size, other tax benefits and growth, proved to be significant. Their coefficients generally agree with the expected sign, suggesting that both the Trade Off theory and the Pecking Order explain the capital structure of these companies.