Avaliação do volume do seio maxilar em doentes submetidos a tratamento ortodôntico-cirúrgico

Abstract

Introduction: Structural or anatomical differences on the upper airways, particularly in maxillary sinus, may arise after Le Fort I Osteotomy. This study aimed to evaluate the changes in the volume of the maxillary sinus after orthognathic surgery. Materials and Methods: This retrospective study included 19 orthodontic patients who underwent orthognathic surgery with Le Fort I osteotomy. Preoperative (T0) and postoperative (T1) cone beam computed tomographies were analyzed in all patients through the ITK-SNAP software in order to access the maxillary sinus volume. The results were analyzed using appropriate statistical software analysis and the effect of orthodontic-surgical treatment on the volume of the maxillary sinus was performed by the t-Student test. Differences between genders were tested by the Student's t-test for independent samples. A significance level of p<0,05 was used for statistical comparisons.Results: No statistically significant differences were found in the maxillary sinus volume after orthognathic surgery (p> 0.05). There was an increase in the postoperative volume of the right maxillary sinus, in males (p = 0.037). Regarding the female gender, there were no statistically significant differences for both maxillary sinus (p> 0.005). The potency achieved was 8% for both sinus before and after surgery. A very strong agreement was obtained between measurements (ICC = 0.974).Discussion: Strict clinical and radiographic control should be performed, pre and postoperatively, especially in patients with upper airway pathology. Cone beam computed tomography should be used as a diagnostic tool for the volume of the maxillary sinus.Conclusion: According to these results, no statistically significant differences were found in the maxillary sinus volume after Le Fort I Osteotomy. Gender did not influence the volumetric changes of the maxillary sinus after orthognathic surgery.

Introdução: O impacto da Osteotomia de Le Fort I nas vias aéreas superiores, particularmente ao nível dos seios maxilares, é um tema controverso na literatura científica. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações do volume dos seios maxilares após a cirurgia ortognática.Materiais e Métodos: Neste estudo clínico retrospetivo foram incluídos 19 doentes ortodônticos submetidos a cirurgia ortognática com osteotomia de Le Fort I. As tomografias computorizada de feixe cónico, pré-operatório (T0) e pós-operatório (T1), foram analisadas em todos os doentes com recurso ao software ITK-SNAP, por forma a obter o volume do seio maxilar direito e esquerdo. Os resultados foram analisados através de um software de análise estatística adequado, tendo sido realizado o teste t-Student para averiguar o efeito do tratamento ortodôntico-cirúrgico no volume dos seios maxilares. Para explorar as possíveis diferenças entre géneros, recorreu-se ao teste t-Student para amostras independentes. Consideraram-se estatisticamente significativos valores para p<0,05.Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o volume pré e pós-operatório dos seios maxilares (p>0,05). Verificou-se um aumento do volume pós-operatório do seio maxilar direito, no género masculino (p=0,037). Relativamente ao género feminino, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas para ambos os seios maxilares (p>0,005). A potência atingida na comparação de ambos os seios antes e após cirurgia foi de 8%. Obteve-se uma concordância muito forte entre as medições (ICC=0,974).Discussão: Deve ser realizado um controlo clínico e radiográfico rigoroso, no pré e pós-operatório, sobretudo em doentes com patologia das vias aéreas superiores. A tomografia computorizada de feixe cónico deve ser utilizada como uma ferramenta de diagnóstico do volume dos seios maxilares.Conclusão: O tratamento ortodôntico-cirúrgico, realizado com a técnica de Le fort I não influencia o volume dos seios maxilares. O género não influencia as alterações volumétricas dos seios maxilares após a cirurgia ortognática.