Antologia Cyberpunk – Um estudo sobre a série Black Mirror

Abstract

Essa dissertação é um olhar aprofundado para o Cyberpunk e para a série de Antologia Black Mirror. Ao invés do horror atômico, as bombas que agora preocupam são constituídas de informação. A onipresença da tecnologia, das telas e mídias móveis, bem como na maneira imperceptível como estas tecnologias são utilizadas para colonizar a consciência humana, são temas relevantes tanto para o modo Cyberpunk como para a série criada por Charlie Brooker. No Primeiro Capítulo do trabalho, busca-se o entendimento amplo sobre como surge o subgênero Cyberpunk na Ficção Científica e sobre como ele se transforma em um modo, uma formação cultural capaz traduzir o sentimento de preocupação da humanidade frente aos mais variados dilemas da vida pós-moderna. Busca-se ainda, situar este modo no âmbito da Ficção Científica audiovisual, estudar suas raízes, seus cânones e seu repertório. No Segundo Capítulo, o trabalho volta-se para o seriado. A partir da análise aprofundada de seis episódios, bem como o estudo mais superficial de todas as outras obras do programa e de seu filme interativo, busca-se desenvolver um mapeamento temático do multiverso compartilhado de Black Mirror. A intenção é reunir informações suficientes para apontar quais as fascinações do Cyberpunk que se manifestam em Black Mirror, e com que frequência. Além disso, busca-se refletir se, considerando o “colapso” temporal introduzido pela hiper conectividade e pelo surgimento das novas tecnologias na contemporaneidade, ainda seria possível a proposta de novas ideias para se pensar o futuro, a exemplo do que fizeram os cyberpunks iniciais.

This dissertation is an in-depth look at Cyberpunk and the Black Mirror anthology series. Instead of atomic horror, the bombs that now worry are made up of information. The ubiquity of technology, screens and mobile media, as well as the imperceptible way in which these technologies are used to colonize human consciousness, are relevant themes for both Cyberpunk mode and the series created by Charlie Brooker. In the First Chapter of the work, we seek a broad understanding of how the Cyberpunk subgenre in Science Fiction arises and how it becomes a mode, a cultural formation capable of translating humanity's feeling of concern in the face of the most varied dilemmas of postmodernity. It is also sought to place this mode within the scope of audiovisual Science Fiction, to study its roots, its canons, and its repertoire. In the Second Chapter, the work turns to the series. From the in-depth analysis of six episodes, as well as the most superficial study of all the other works of the show and its interactive film, it seeks to develop a thematic mapping of Black Mirror's shared multiverse. The intention is to gather enough information to point out which Cyberpunk fascinations manifest in Black Mirror, and how often. In addition, it seeks to reflect on whether, considering the temporal “collapse” introduced by hyper connectivity and the emergence of innovative technologies in contemporary times, it would still be possible to propose innovative ideas to think about the future, like what the early cyberpunks did.