Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/102510
Título: Encefalopatia neonatal num serviço de cuidados intensivos- 10 anos
Outros títulos: Neonatal encephalopathy in an intensive care unit - 10 years
Autor: Peixoto, Catarina Jesus Abreu
Orientador: Oliveira, Guiomar Gonçalves
Andrade, Joana Verdelho
Palavras-chave: Encefalopatia neonatal; Monitorização neurológica; Cuidados Intensivos; Prognóstico; Sequelas; Neonatal encephalopathy; neurological monitoring; intensive care; prognosis; sequelae
Data: 24-Mai-2022
Título da revista, periódico, livro ou evento: Encefalopatia neonatal num serviço de cuidados intensivos- 10 anos
Local de edição ou do evento: FMUC
Resumo: Introduction: Neonatal encephalopathy is a clinically defined syndrome of disturbed neurologic function in the earliest days of life, manifesting in infants born at or beyond 35 weeks of gestation. Despite notable advances in neonatal care, it is still a diagnosis with high morbidity and mortality. The aim of this study was to retrospectively characterize a sample of newborns with the diagnosis of neonatal encephalopathy hospitalized in an Intensive Care Service, in order to understand to what extent demographic and etiological factors, as well as neurological monitoring influenced the medium to long term prognosis and sequelae of these childrenMaterials and Methods: Exploratory observational study, with retrospective data collection, which anonymously included the characterization of newborns with a gestational age equal to or greater than 35 weeks, hospitalized during the neonatal period, in the Pediatric Intensive Care Service of the Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário Coimbra, between January 2011 and December 2020, with a clinical (primary or secondary) diagnosis of neonatal encephalopathy.Results: Our study included 153 newborns (58,8% male, 88,2% full-term, mean birth weight of 3199,9 g). The median age of encephalopathy clinical presentation was 1 day of life. Seizures (multifocal/focal) were the most common clinical presentation (68,9%). Hypoxic- ischemic encephalopathy was the most frequent etiological diagnosis (69,9%), followed by vascular/hemorrhagic pathology (13,6%) and endocrine/metabolic diseases (5,9%). Concerning neurological monitoring in the Pediatric Intensive Care Service, the amplitude- integrated electroencephalogram was the technique of choice performed in 68,6% of the cases. Near infrared spectroscopy was obtained in 42,5% of the newborns and its abnormal value in 39 newborns (60,0%) was correlated with worse prognosis, namely global delay in psychomotor development, cerebral palsy or death (p=0,047). At the same time, it was also in newborns with abnormal results of cerebral magnetic resonance (p= 0,018) and electroencephalography (p=0,002) that had worse outcomes. It was found that 48 children (31,4%) evolved unfavorably, with global delay in psychomotor development, cerebral palsy and/or epilepsy; 47 (30,7%) had a good clinical evolution with normal psychomotor development; and 29 children (18,3%) progressed reasonably with mild psychomotor development delay, hyperactivity disorder and attention deficit disorder, motor deficits, language delay and/or mild alterations on neurological examination. From the total number of children, 30 (19,6%) died.Conclusion: Along with complementary means of diagnosis, like electroencephalography or cerebral magnetic resonance, near- infrared spectroscopy neurological monitoring in the Pediatric Intensive Care Service seems to play an important role in predicting the prognosis of newborns with neonatal encephalopathy, namely for the hypoxic-ischemic etiology.
Introdução: A encefalopatia neonatal é uma síndrome clinicamente definida por disfunção neurológica que se manifesta em recém-nascidos com idade gestacional igual ou superior a 35 semanas. Apesar dos avanços notáveis nos cuidados neonatais é ainda um diagnóstico com elevada morbimortalidade. O objetivo deste estudo foi caraterizar retrospetivamente uma amostra de recém-nascidos com o diagnóstico de encefalopatia neonatal internados num serviço de Cuidados Intensivos, e com isso, compreender em que medida fatores demográficos, etiológicos e de monitorização neurológica influenciaram o prognóstico e sequelas destas crianças a médio-longo prazo.Materiais e Métodos: Estudo exploratório observacional, com colheita retrospetiva de dados, que incluiu, de forma anonimizada, a caraterização de recém-nascidos com idade gestacional igual ou superior a 35 semanas, internados durante o período neonatal, no Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, entre 01 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2020, com o diagnóstico clínico (principal ou secundário) de encefalopatia neonatal.Resultados: O estudo incluiu 153 recém-nascidos (sexo masculino 58,8%, de termo em 88,2%, peso ao nascimento médio de 3199,9 g). A idade mediana em dias de vida da apresentação clínica da encefalopatia foi de 1 dia. As convulsões (multifocais/focais) foram a apresentação clínica mais comum (68,0%). A encefalopatia hipóxico-isquémica foi o diagnóstico etiológico mais frequente (69,9%), seguindo-se a patologia vascular/hemorrágica (13,6%) e as doenças endocrinológicas/metabólicas (5,9%). Na monitorização neurológica, no Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos, o eletroencefalograma de amplitude integrada foi a técnica de eleição realizado em 68,6%. O near- infrared spectroscopy foi obtido em 42,5% dos recém-nascidos e o seu valor anormal em 39 (60,0%), associou-se com um pior prognóstico, nomeadamente atraso global do desenvolvimento psicomotor, paralisia cerebral ou morte (p=0,047). Do mesmo modo, nos recém-nascidos com resultados de ressonância magnética crânio encefálica (p=0,018) e de vídeo-eletroencefalograma (p=0,002) anómalos objetivou-se um pior desfecho. Constatou-se que 48 crianças (31,4%) evoluíram de forma desfavorável, com atraso global do desenvolvimento psicomotor, paralisia cerebral e/ou epilepsia; 47 (30,7%) tiveram boa evolução clínica com desenvolvimento psicomotor normal; e 28 crianças (18,3%) evoluíram razoavelmente com atraso do desenvolvimento psicomotor ligeiro, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, défices motores, atraso da linguagem e/ou alterações ligeiras ao exame neurológico. Da totalidade de crianças, 30 faleceram (19,6%).Conclusão: A monitorização neurológica no Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos com near- infrared spectroscopy, em conjunto com os exames complementares, ressonância magnética crânio encefálica e o vídeo-eletroencefalograma, parecem constituir ferramentas úteis na predição do prognóstico de recém-nascidos com encefalopatia neonatal, nomeadamente para a etiologia hipóxico-isquémica.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/102510
Direitos: embargoedAccess
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