POSSIBLE SLEEP QUALITY FACTORS PREDICTORS OF WAKE-UP STROKES

Abstract

Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) do despertar ocorrem quando o doente adormece sem qualquer sintoma e acorda com clínica de AVC. A fisiopatologia deste tipo de AVCs ainda não é totalmente compreendida, contudo, alguns estudos apontam para uma possível associação entre os AVCs do despertar e o sono.O principal objetivo deste estudo é comparar as características clínicas de doentes com AVCs do despertar e de doentes com AVCs durante a vigília, de forma a inferir sobre possiveis relações entre AVCs do despertar e sono.Métodos: Foi realizado um estudo observacional prospetivo incluindo todos os doentes internados em enfermaria de Neurologia vascular com o diagnóstico de AVC. Excluimos 221 doentes por apresentarem AVC hemorrágico, afasia, incapacidade de cooperaçao ou recusarem participação. Foi aplicado um questionário sistemático das características do sono, incluindo escalas validades. As características clínicas, exames complementares de diagnóstico realizados e terapêutica de reperfusão instituída foram registados e analisados.Resultados: A amostra é constituída por 81 doentes (53% do sexo masculino), 15 dos quais (18.52%) correspondem a AVCs do despertar. A idade média da população estudada é de 73.7 ± 12.9 anos. Comparando AVCs do despertar com instalações noutras horas do dia, a pontuação NIHSS foi superior nos doentes com AVC ao acordar (9.73 ± 4.25 vs. 6.65 ± 4.81, p=0.013). O perímetro cervical foi medido em todos os doentes, revelando uma média de 39.8 ± 3.64 cm e revelou ser significativamente maior nos doentes com AVCs do despertar (43.6 ±2.44 vs. 39.0 ± 3.32, p<0.001). Foi igualmente encontrada uma diferença estatisticamente significativa entre os doentes com AVC do despertar e os AVCs na vigília relativamente à sonolência diurna (53.3‰ vs. 25.8%, p=0.037). Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada em escalas específicas caracterizadoras do sono antes do AVCConclusão: O conhecimento da fisiopatologia dos AVCs do despertar, bem como a identificação dos possíveis fatores de risco poderá otimizar as estratégias de prevenção deste tipo de AVC. O nosso estudo reporta uma associação entre os AVCs do despertar e o perímetro cervical e a sonolência diurna, o que poderá indicar que algumas doenças do sono são subdiagnosticadas em doentes com este tipo de AVC.

Wake-up stroke is a phenomenon that occurs when patients go to sleep without any symptom and awake with clinical manifestations of stroke. The physiopathology of this type of stroke is not completely understood but previous studies have reported a possible association between Wake-up stroke and sleep.The main objective of this study is to assess the clinical characteristics of patients with wake-up stroke and compare them with those of patients with non-wake-up stroke, to evaluate possible connections between wake-up stroke and sleep.Methods: A prospective observational study was conducted including every patient admitted in the Neurology department with the diagnosis of stoke. We excluded 221 patients as they presented hemorrhagic stroke, aphasia, were uncooperative or refused to participate in our study. A questionnaire was answered by 81 patients (43 men and 38 women). The clinical manifestations, complementary diagnostic exams performed, and instituted therapeutics were registered and analyzed.Results: Within the 81 patients that constitute our sample, 15 (18.52%) of them correspond to Wake-up strokes. The mean age of the studied population was 73.7 ± 12.9 years old at the onset of symptoms. When comparing the two groups, NIHSS score was higher in Wake-up stroke (WUS) (9.73 ± 4.25 vs 6.65 ± 4.81, p=0.013) when compared to Non Wake-up stroke (NWUS) patients. Cervical perimeter was measured in all patients showing a mean (+SD) of 39.8 ± 3.64 cm. When comparing the two groups of our study, cervical perimeter was found to be higher in patients with WUS (43.6 ±2.44 vs 39.0 ± 3.32, p<0.001). There was also a statistically significant difference between patients with WUS and patients with NWUS regarding daytime sleepiness. (53.3% vs. 25.8%, p=0.037). No statistically significant difference was found regarding specific sleep characterization scores assessing pre-stroke condition. Conclusion: Knowing the physiopathology of this type of stroke and possible risk factors may optimize prevention strategies. Our study found a significant association between WUS and cervical perimeter and daytime sleepiness, which may indicate that sleep disorders are underdiagnosed in patients with WUS.