Perturbações do sono em crianças com Perturbação do Espetro do Autismo

Abstract

Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by persistent deficit in communication and social interaction, as well as restrictive patterns of behavior, interests or activities, typically beginning in the first years of the child's life. This disorder is considered an early and chronic disfunction of neurodevelopment. The etiology of this disorder, not only has a large genetic heterogeneity, but is also influenced by environmental factors such as parents' age and prematurity, and for this reason, it is thought to be a multifactorial disease. This disorder's diagnostic criteria have been evolving over the years, using as reference the criteria from the fifth edition of Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-5). Children with ASD are at an increased risk for other neurodevelopment disorders and/or other comorbidities , sleep disorders being the most frequent. The rate at which children with ASD manifest sleep dysfunctions reaches 40 to 80% and, in healthy children, that percentage corresponds to 25 to 50% of the studied samples. These changes in sleep patterns might be associated with other manifestations such as: aggressiveness, impulsivity, irritability, lack of attention, anxiety, humor fluctuation and a negative impact on the child's family and their routines. Thus, an early identification and proper intervention is specially relevant. This article aims to review the literature regarding the association between sleep disturbances and their impact on children with ASD, based on the different results of investigation articles related to this theme.

A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é caracterizada por défices persistentes na comunicação e interação social, assim como por padrões restritivos de comportamento, interesses ou atividades, tipicamente com início nos primeiros anos de vida. Esta perturbação é considerada uma disfunção precoce e crónica do neurodesenvolvimento. A causa da PEA, para além de ter uma grande heterogeneidade genética, é influenciada por fatores ambientais como a idade avançada dos pais e a prematuridade, suspeitando-se, por isso, de uma etiologia multifatorial. Os critérios de diagnóstico desta perturbação foram evoluindo ao longo dos anos, sendo os critérios, da 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-5) os mais frequentemente utilizados como referência. As crianças com PEA apresentam maior predisposição para outras perturbações do neurodesenvolvimento e/ou comorbilidades, sendo as perturbações do sono das mais frequentes. A taxa de crianças com PEA que apresenta perturbaçõ ou outras alterações do sono chega a atingir 40 a 80%, enquanto a prevalência desta sintomatologia, em crianças saudáveis, corresponde a 25 a 50% das amostras estudadas. Estas alterações dos padrões de sono podem associar-se a manifestações como a agressividade, impulsividade, irritabilidade, desatenção, ansiedade e variações de humor e ainda ter um impacto emocional negativo nas famílias e nas suas rotinas. Daí que a sua identificação precoce e, consequentemente, a intervenção adequada seja especialmente relevante. Este artigo de revisão pretende, desta forma, proceder ao levantamento da literatura mais atual relativa às perturbações do sono nas crianças com PEA, tendo por base as posições resultantes de trabalhos de investigação referentes ao tema.