Hearing Rehabilitation by Cochlear Implant in Post-Meningitis Deafness

Abstract

Introduction: Deafness is considered a common and severe complication of bacterial meningitis, particularly in children due to its increased implications on language development. In cases of profound hearing losses, cochlear implantation is the only means for hearing rehabilitation, even though its placement may be hampered by cochlear fibrosis and ossification derived from the infection spreading into the inner ear. Post-implantation hearing outcomes are variable and influenced by some factors, not yet totally described. Objective: To evaluate the impact in the hearing rehabilitation tests results of variables such as meningitis aetiology, age at meningitis diagnosis, age at cochlear implantation, age group and time lapse between diagnosis and implantation. Materials and methods: 47 cochlear implants were surgically placed at Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. A retrospective non-interventional study was conducted. The variables were categorised, individuals were grouped into these categories and general characteristics of the sample were registered. The results of 23 hearing tests were analysed in the light of the categories of variables. Results: Among the known aetiologies of meningitis, Streptococcus pneumoniae was the most common (17%), followed by Neisseria meningitidis (10,6%). A statistically significant relation arose in 6 hearing tests when comparing some groups of the variable age at meningitis diagnosis. In individuals diagnosed until 2 years, there were more positive results in the “telephone use” test. Comparing the hearing outcomes with the age at implantation, 6 tests presented significant results. Concerning the use of the telephone, it was 100% on those implanted aged 3 years or under and 50% in the others. Regarding a cut-off of 18 years for the age at implantation, 11 tests showed significant differences among children and adults, whose percentages of using the telephone were 85,2% and 35%, respectively. A p value < 0,05 emerged in 3 tests when comparing some groups of the variable time lapse between diagnosis and implantation. The maximum capacity for using the telephone was 85,7% (in the group who waited 1 to 3 years before implantation) and the minimum was 22,2% (in those who waited > 3 years). Discussion and conclusion: Improved hearing outcomes are associated with surgery at younger ages and, in a similar vein, are usually better in children, comparing to adults. A shorter auditory deprivation period also showed better hearing results. The sample didn’t allow the study of meningitis aetiology nor the finding of a connection between the age at meningitis diagnosis and the hearing outcomes.

Introdução: A surdez é considerada uma complicação comum e severa da meningite bacteriana, particularmente em crianças, pela implicação acrescida no desenvolvimento da linguagem. Em caso de perda de audição profunda, a implantação coclear é o único método de reabilitação auditiva, embora a sua colocação possa ser dificultada por fibrose e ossificação cocleares, devidas à extensão da infeção ao ouvido interno. Os resultados auditivos pós-implantação são variáveis e influenciados por alguns fatores, ainda não totalmente descritos. Objetivo: Avaliar o impacto, nos resultados dos testes de reabilitação auditiva, de variáveis como: etiologia da meningite, idade ao diagnóstico de meningite, idade à implantação coclear, grupo etário e lapso temporal entre o diagnóstico e a implantação. Materiais e métodos: 47 implantes cocleares foram colocados, via cirúrgica, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Realizou-se um estudo retrospetivo não intervencional. As variáveis foram categorizadas, os indivíduos agrupados nestas categorias e as características gerais da amostra registadas. Os resultados dos 23 testes auditivos foram analisados à luz destas categorias. Resultados: Das etiologias conhecidas de meningite, Streptococcus pneumoniae foi a mais comum (17%), seguida por Neisseria meningitidis (10,6%). Uma relação estatisticamente significativa surgiu em 6 testes quando comparados alguns grupos da variável idade ao diagnóstico de meningite. Em indivíduos diagnosticados até aos 2 anos, houve melhores resultados no teste “uso do telefone”. Comparando os resultados auditivos com a idade à implantação, 6 testes apresentaram resultados significativos. Considerando o uso do telefone, este foi de 100% nos implantados com 3 anos ou menos e de 50% nos restantes. Admitindo um cut-off de 18 anos para a idade à implantação, 11 testes mostraram diferenças significativas entre crianças e adultos, cujas percentagens de uso do telefone foram 85,2% e 35%, respetivamente. Um valor p < 0,05 surgiu em 3 testes quando comparados alguns grupos da variável lapso temporal entre o diagnóstico e a implantação. A capacidade máxima de uso de telefone foi de 85,7% (no grupo que esperou 1 a 3 anos até à implantação) e a mínima foi de 22,2% (naqueles que esperaram > 3 anos). Discussão e conclusão: Melhores resultados auditivos estão associados a cirurgia em idades mais precoces e, similarmente, são, regra geral, melhores em crianças do que em adultos. Um período de privação auditiva menor também demonstrou melhores resultados auditivos. A amostra não permitiu estudar a etiologia da meningite nem estabelecer uma correlação entre a idade ao diagnóstico de meningite e os resultados auditivos.