Retalho de deslizamento V-Y – Aplicações e Variantes

Abstract

Introdução: O retalho V-Y é um retalho cutâneo local de deslizamento, de pedículo aleatório, em ilha. Modalidade cirúrgica de grande versatilidade para reconstrução de defeitos cirúrgicos, pela mobilização e recrutamento de tecido subcutâneo de zonas adjacentes. Materiais e métodos: Para a elaboração deste trabalho de revisão foram consultados artigos científicos, artigos de revisão e case reports, com recurso à plataforma PubMed. As referências bibliográficas foram selecionadas de acordo com a sua relevância para a temática do presente trabalho, após uma análise cuidadosa. Também com recurso ao livro “Local flaps in facial reconstruction”. Desenvolvimento: Descrito inicialmente por Esser, em 1917, trata-se de um retalho cutâneo local, de pedículo aleatório (o aporte vascular não provém de uma artéria específica mas sim de inúmeros vasos do plexo dérmico e subdérmico), em ilha. O seu nome deriva da forma do retalho (em V) e da forma da cicatriz resultante (em Y), após a conclusão do procedimento. Este retalho permite um recrutamento de tecido dador diretamente proporcional ao comprimento da perna do “Y”. O seu planeamento depende, em grande parte, da localização do defeito, sendo que, para além da sua aplicação clássica como um retalho de avanço vertical, múltiplas variantes e consequentes aplicações têm vindo a ser descritas, aumentando amplamente o seu uso e complexidade. Conclusão: O retalho V-Y constitui uma boa alternativa na reconstrução de defeitos cirúrgicos em várias localizações. Confere excelente compatibilidade em termos de cor, textura e apar n ia om a rea a re onstruir devido proximidade das regiões recetora e dadora, permitindo ótimos resultados cosméticos e funcionais. Aliado a uma elevada viabilidade e reprodutibilidade, apresenta ampla aplicabilidade na cirurgia dermatológica. Palavras-chave: retalho de deslizamento V-Y, cirurgia dermatológica, procedimentos reconstrutivos, retalho local e tumores cutâneos.

Introduction: The V-Y flap is an advancement flap of local skin with a random pedicle, on an island. It is a surgical modality of great versatility for reconstruction of surgical defects, by mobilizing and recruiting subcutaneous tissue from adjacent areas. Materials and Methods: To prepare this review article, scientific articles, review articles and case reports were consulted, using the PubMed platform. Bibliographic references were selected according to their relevance to the theme of this paper, after careful analysis. The book “Lo al flaps in fa ial re onstru tion” was also used. Development: Initially described by Esser, in 1917, it is a local skin flap with a random pedicle (the vascular supply does not come from a specific artery, but from numerous vessels of the dermal and subdermal plexus), on an island. Its name derives from the shape of the flap (V) and the configuration of the resulting scar (Y), after the procedure is completed. This flap allows for the recruitment of donor tissue directly proportional to the length of the “Y”`s leg. Its planning depends largely on the location of the defect and in addition to its classic application as a vertical advancement flap, multiple variants and consequents applications have been described, widely increasing their use, and complexity. Conclusion: The V-Y flap is a good alternative for the reconstruction of surgical defects in several locations. It provides excellent compatibility in terms of color, texture and appearance with the area to be rebuilt, due to the proximity of the recipient and donor regions, allowing great cosmetic and functional results. Combined with high viability and reproducibility, it has wide applicability in dermatological surgery. Keywords: V-Y advancemente flap, dermatological surgery, reconstruction procedures, local flap and skin tumors.