Depressão no Idoso e Hábitos de Vida Saudáveis

Abstract

Com os avanços na ciência, especialmente na área da saúde, as pessoas cada vez vivem mais anos. Este facto associado a uma diminuição da natalidade que temos vindo a assistir ao longo dos anos tem conduzido a um envelhecimento da população a nível mundial. O problema é que este aumento de longevidade nem sempre tem sido acompanhado por um aumento da qualidade de vida.O envelhecimento corresponde a um processo fisiológico e progressivo, comum a todos os seres vivos, e que se caracteriza por um declínio das funções físicas e cognitivas, ocorrendo mesmo no idoso saudável. Este processo desenvolve-se ao longo de toda a vida e conduz a uma diminuição da capacidade de adaptação e de resposta aos stressores do meio ambiente e ao aumento da fragilidade e vulnerabilidade do indivíduo face a situações adversas físicas, psicológicas e da vida social. Exige uma grande capacidade de aceitação e resiliência por parte do indivíduo, uma vez que acarreta mudanças marcadas ao nível da dinâmica de vida do idoso. Hoje em dia as pessoas estão habituadas a uma vida mais activa, com maiores níveis de stress e um maior estímulo físico e intelectual, o que acaba por tornar mais complicado a aceitação e adaptação a uma diminuição da intensidade das actividades diárias, tanto por motivos de perda de capacidade como também por motivos sociais, nomeadamente a reforma.Relativamente ao idoso, há uma grande preocupação em relação ao nível físico, mas essa preocupação não é tão grande no que diz respeito à sua componente psicológica. Cada vez se vive mais tempo, mas será que se vive melhor? Ao viver mais tempo os doentes têm de se adaptar a um maior número de perdas de função, nomeadamente da mobilidade, dos processos mentais, da memória, da visão, da audição, mas também a perdas de amigos e familiares. Para além dos desafios físicas, o idoso enfrenta também desafios psicológicos, apresentando uma vulnerabilidade aumentada para o desenvolvimento de distúrbios mentais.Deste modo, torna-se relevante entender de que forma é que a saúde mental do indivíduo é afectada pelo envelhecimento, identificar os factores de risco para a sua degradação, utilizar as ferramentas de diagnóstico adequadas, perceber como tratar e, ainda mais importante, elaborar estratégias de prevenção.

With the developments in Science, especially in the health sector, people increasingly live longer. This fact associated to a decrease in the birth rate that we have been seeing throughout the years has led to an aging population worldwide. The problem is that this increase in people’s longevity has not always been accompanied by an equal increase in quality of life.Aging is a physiological and progressive process, common to every living being, characterized by a decline in physical and cognitive functions, occurring even in the healthy elderly. This process develops throughout the years and leads to a decrease in the ability to adapt and respond to environmental stressors and to an increase in the individual’s fragility and vulnerability in the face of adverse physical, psychological and social life situations. It demands a great capacity for acceptance and resilience on the part of the individual, since it causes great changes in the dynamics of the elderly’s life.Nowadays people are used to a more active life, with higher levels of stress, and a greater physical and intellectual stimulation, which makes it harder to accept and adapt to a decrease of daily activities, both for reasons of capability loss as well as for social reasons like retirement. As far as elderly are concerned, there is a great concern about the physical level, but this concern is not equally great with regard to the psychological component.Nowadays we live longer, but do we live better? Living longer means that the patients have to adapt to a greater number of function losses, namely mobility, mental processes, memory, vision, hearing but also friends and family’s deaths.In addition to physical challenges, the elderly also has to face psychological challenges, presenting an increased vulnerability to the development of mental disorders.Therefore, it becomes relevant to understand in what way the individual’s mental health is affected by the aging process, to identify the risk factors for its degradation, to use the appropriate tools of diagnosis, to understand how to treat possible disturbances and, even more importantly, to develop prevention strategies.