Aplicação da Mudança Conceptual nas aulas de História

Abstract

O presente trabalho vem a propósito do estágio curricular integrado no Mestrado de Ensino de História no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A primeira parte do mesmo procura relatar as atividades do estágio, assim como refletir sobre o mesmo e sobre o nosso perfil de docente. Na segunda parte, explorando mudança conceptual (conceptual change) em História, desenvolvemos uma investigação científico-didática em que se procura com um grupo de quinze alunos, compreender qual a melhor forma de ensinar conhecimento factual substantivo. Em primeiro lugar, o trabalho propõe-se a procurar saber se é possível conseguir de facto mudança conceptual numa só aula dedicada a um ou vários conceitos. Quanto a esta questão, o trabalho não dá uma resposta clara e inequívoca pois seria necessário mais tempo para aferir a consolidação de conhecimentos, pelo que se sugere futura investigação. Em segundo lugar, equaciona-se se uma aula se deve apoiar mais num texto narrativo ou em definições para suprir as dúvidas relativas aos conceitos substantivos nos alunos. Dividiu-se uma turma em dois grupos, equilibrados em termos de género e de rendimento escolar na disciplina de História. Num primeiro momento avaliou-se o conhecimento prévio dos seguintes conceitos: caravela; cartografia; globalização; dogma; heresia; sacramento. Depois, a cada um dos grupos, os três primeiros conceitos foram ensinados de forma distinta, implícita (através de um texto) ou explicitamente (através de definições). Algum tempo depois, houve um teste para aferir a aprendizagem. Passado umas semanas, o processo repete-se com os três últimos conceitos, invertendo o método aplicado a cada grupo, e, uns dias depois, a nova aprendizagem é testada. A análise qualitativa dos resultados deste caso de estudo não foi conclusiva, deixando-nos pistas, como as já referidas, que nos levam a pensar que quanto mais abstrato é um conceito em História mais facilmente pode ser aprendido implicitamente, e quanto mais concreto é um conceito mais fácil será aprende-lo explicitamente.

This work exists because of an internship as an history teacher in a master’s degree in History Teaching in the University of Coimbra (Portugal). The first part has a report of the developed activities of the internship and a reflection about our evolution as a teacher during the internship. The second part explores conceptual change in History classes. With a class/group of fifteen students, this study tries to comprehend which the best way to teach substantive knowledge. In the first place, this work tries to find if it is possible to achieve real conceptual change in just one class addressed to one or more concepts. Regarding this, this work does not give a clear answer because it would be necessary more time to consolidate knowledge. In second place, we question if a class should support itself in a narrative or in definitions when the objective is to answer the students’ thoughts related to substantive concepts. The class was divided in two groups, even in terms of gender and History school marks. Firstly, the previous knowledge was evalued in six specific concepts: caravel; cartography; globalization; dogma; heresy; sacrament. After, to each group, "caravel", "cartography" and "globalization" were teached in different ways, implicitly (through a text) and explicitly (through definitions). After sometime, there was a test to verify and gather information about the applications of the two methods. Some weeks passed, the process is repeated with the other three concepts with the inversion of the method applied to each group. Some days after, the new learning is also tested. The qualitative analysis of the results of this case study weren't conclusive, leaving some clues that lead us to think that the more abstract a concept is in History, the more easily it can be learned implicitly, and the more tangible a concept is in History, the more easily it can be learned explicitly.