Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/88782
Title: This America Has Been a Burden of Steel and Mad Death : Discursos de Resistência e Sobrevivência na Poesia de Simon J. Ortiz
Authors: Gonçalves, Fernando Manuel da Costa Dias da Silva
Orientador: Santos, Maria Irene de Abreu Ramalho de Sousa
Keywords: resistência; sobrevivência; identidade; terra; autodeterminação; resistance; survival; identity; land; self-determination
Issue Date: 16-Sep-2019
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: A escrita de muitos escritores e poetas índios, homens e mulheres – refiro-me ao contexto dos Estados Unidos da América –, responde a circunstâncias, consequência do colonialismo e do neocolonialismo, cuja origem podemos situar na disputa pela terra, implicando, assim, um conjunto de relações com lugares geograficamente bem definidos. Não é por acaso que os mitos índios da criação descrevem amiúde as origens de lugares específicos, bem como certas particularidades geográficas, enquanto elementos identitários primordiais. Há mais de trinta e cinco anos, Simon J. Ortiz escreveu aquele que viria a ser considerado o texto fundador e inspirador do nacionalismo literário índio contemporâneo. Em “Towards a National Indian Literature” (1981), Ortiz reivindica o Inglês enquanto língua indígena, em vez de perpetuar o estafado clichê segundo o qual os índios foram vítimas dessa língua. Esta reivindicação foi, talvez, o passo mais importante alguma vez dado no sentido da sobrevivência futura das nações índias dos Estados Unidos. Não significa isto que as línguas indígenas devem ser esquecidas; significa que mais línguas devem ser aprendidas e dominadas. Na perspectiva artística de Ortiz, a preservação linguística implicará sempre a criação de novas línguas. Ao mesmo tempo que convoca as velhas línguas para a sua poesia, Ortiz celebra o profundo carácter indígena do Inglês, pondo assim em causa a ideia da incomensurabilidade radical entre as línguas indígenas e o Inglês e, concomitantemente, a idea de que quando os autores nativos escrevem romances, poemas, contos e textos dramáticos se envolvem de forma automática num acto de hibridismo devido às alegadas origens europeias dos géneros e da língua. De forma sucinta, o objecto da minha tese é a obra poética e crítica de Simon J. Ortiz, e o objectivo é lê-la à luz dos parâmetros que ele próprio definiu como os mais adequados e mais legítimos, privilegiando a temática da resistência à colonização e neocolonização social, económica, política e intelectual da sua comunidade, em particular, e dos povos indígenas (não só dos Estados Unidos) em geral, resistência essa que tem por trás um posicionamento activista, ao mesmo tempo que faço uma análise da maneira como Ortiz problematiza as relações entre o lugar e a identidade (tribal e individual) e entre o exílio e a comunidade, vincando que a relação/as relações com o(s) lugar(es) são parte integrante do sentido nativo de self. Por outro lado, pretendo também demonstrar que, na poesia de Simon Ortiz, a sobrevivência dos povos indígenas e respectivas culturas está intimamente ligada às tradições orais, e que o papel do poeta é mantê-las vivas, renovando-as e transmitindo-as às gerações seguintes
The literary production of many Indian writers and poets – and I’m referring to the particular context of the United States – is a response to circumstances deriving from colonialism and neocolonialism rooted in contest for land, and thus often involve relationships to geographical places. Five centuries of conflict between Natives and non-Natives have infused Indians’ relationships to land with anguish but also with resistant determination, as Indian people have resisted the shocks of displacement by purchase, treaty, war, federal education policy, “removal,” “termination,” and “relocation,” and have struggled to return to their home places. More than thirty-five years ago, Acoma Pueblo poet and essayist Simon J. Ortiz wrote what would soon become the most influential and inspirational text of contemporary Indian literary nationalism. In “Towards a National Indian Literature” (1981), Ortiz proposes that Indian writers should use English as a new indigenous language instead of perpetuating the worn out cliché according to which Indians were victims of that same language. This was, perhaps, the most important step given to guarantee the future survival of the indigenous nations of the United States. In Ortiz’s artistic perspective, linguistic preservation will always imply the creation of new languages. At the same time that he convokes the old indigenous languages to his poetry, Ortiz celebrates the deep indigenous character of the English language, challenging “the notion of the radical incommensurability between Indian languages and English, and, concurrently, the idea that when Indians write novels, poems, stories, and plays they are automatically, by default, engaged in an act of hybridity because of the supposed European origins of language and literary endeavors.” (Weaver, 2006: xviii) In my dissertation I discuss the theme(s) of resistance to the social, economic, political and intellectual colonization and oppression of the poet’s community in particular, and of indigenous peoples in general, and the role of storytelling and the oral traditions in the survival of his people. I also discuss the way Simon J. Ortiz addresses the relationships between place and identity (tribal and individual) and between exile and community, underlining at the same time that the relationship(s) with places are an integral part of the native sense of self.
Description: Tese no âmbito do doutoramento em Línguas Modernas, ramo de Culturas e Literaturas e apresentada ao Departamento de Línguas, Culturas e Literaturas da Faculdade de Letras
URI: https://hdl.handle.net/10316/88782
Rights: embargoedAccess
Appears in Collections:UC - Teses de Doutoramento
FLUC Secção de Estudos Anglo-Americanos - Teses de Doutoramento

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