Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/87646
Título: Navegações Marítimas Mercantes no Extremo Oriental das Américas - 1850-1950
Autor: Alves, Ticiano Vanderlei de Siqueira
Orientador: Mantas, Vasco
Nunes, João
Palavras-chave: Parahyba; vapor; porto; comércio indireto; patrimônio naval
Data: 2-Abr-2019
Resumo: A Paraíba é um dos nove estados do nordeste brasileiro localizado no extremo oriental continental das américas. Com aproximadamente 138 km de costa e uma posição geográfica privilegiada foi durante muitos séculos um porto, principalmente de escala, para grandes embarcações de longo curso e para a volumosa navegação de cabotagem. Da década de 1860 até meados do século XX, o ouro branco paraibano, o algodão, atraiu navios de vários países, principalmente, Inglaterra, que precisava dessa matéria prima para manter a "todo o vapor" a produção de suas máquinas. Conhecer as características e peculiaridades das navegações na Paraíba entre os anos de 1850 e 1950, resgatando a memória naval do Estado, foi o objetivo desse presente trabalho. Entretanto, a ausência de investigações arqueológicas na Paraíba, no âmbito da arqueologia naval, remeteu esta pesquisa a prospecção de documentos escritos, cartas, jornais, ilustrações, pinturas, fotos e testemunhos orais. Bancos de dados digitais, como a Hemeroteca da Biblioteca Nacional Brasileira, foram as principais contribuintes, permitindo uma busca sistemática e proporcionando uma grande soma de dados válidos que responderam as perguntas relativas as embarcações que navegavam no mar da Paraíba, suas cargas, nacionalidade e portos de origem e destino, as infraestruturas navais em terra e na água, as instituições públicas e empresas ligadas à navegação, os naufrágios e achados isolados, os profissionais do mar, e outros. Para a obtenção de informações, que muitas vezes excediam àquelas provenientes dos bancos de dados, recorreu-se à coleta de testemunhos orais de pescadores e mergulhadores, resgatando na memória daqueles que vivem na região há tantos anos, parte das experiências do passado. Ao longo do trabalho foi possível perceber as transformações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial setecentista, como: a queda do domínio dos ventos na navegação e a ascensão dos vapores, que ao final do século XIX reinavam nas águas paraibanas; o surgimento de um novo modal logístico que diminuiu os custos e acelerou o transporte de mercadorias entre as áreas produtivas e os portos, o ferroviário; a morte de um porto colonial e o nascimento tardio de um porto com características industriais; entre outras. Em contrapartida, a Paraíba nos mostrou deficiências nas infraestruturas navais que mantiveram, durante todo o período estudado, o "odiado" comércio indireto, que impedia o desenvolvimento necessário do Estado, com a queda das arrecadações sobre as exportações e com os preços acrescidos de impostos de mercadorias europeias importadas por outros portos brasileiros. A presente tese compôs a primeira versão de uma carta arqueológica naval da Paraíba para os anos de 1850-1950, tendo sido identificadas 41 embarcações naufragadas e 5 achados isolados. Esperamos que esse trabalho contribua como ponto de partida para novas investigações e também para o desenho de estratégias de prospecções e escavações de sítios arqueológicos navais que serão adotadas em trabalhos futuros na Paraíba.
Descrição: Tese de Doutoramento em Arqueologia, apresentada ao Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/87646
Direitos: embargoedAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Arqueologia - Teses de Doutoramento

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