A escola como cidade e a cidade como escola. A transformação dos equipamentos escolares e do espaço urbano

Abstract

A cidade do Portuguesa tem vindo a sofrer um problema de desertificação desde os anos 80 do século XX, com o crescimento das periferias. As escolas, construídas ao longo da primeira metade do século XX para fazer face ao crescente aumento populacional provocado pela industrialização, começaram também a perder alunos e a perder a sua capacidade de agregar a comunidade envolvente. Esta comunicação pretende analisar o impacto que a intervenção recente em equipamentos escolares construídos em diferentes momentos do século XX tem na reabilitação do espaço urbano. De facto, se a escola desempenhou um papel central na consolidação dos novos espaços urbanos, podemos também considerar que a sua reabilitação terá consequências na regeneração dos tecidos urbanos e sociais. Nesta comunicação serão colocados em confronto projectos recentes de reabilitação de escolas secundarias, promovidos pelo Estado no âmbito do programa Parque Escolar (2007-2011), e projectos académicos desenvolvidos por estudantes de arquitectura, na Universidade de Coimbra. Deste modo, identificam-se um conjunto de temas que problematizam a relação da escola com a cidade – o limite urbano, os espaços escolares de carácter público, os espaços públicos como espaços de aprendizagem, os espaços de aprendizagem informal, etc. Considera-se assim que a escola deve transformar-se num espaço de aprendizagem comunitário, integrando a sua história pedagógica, arquitectónica e social. Assim, esta comunicação irá também caracterizar as relações entre os arquitectos e a comunidade escolar, procurando reflectir sobre a importância do envolvimento das comunidade escolares na reabilitação dos equipamentos escolares modernos. Assim, recorre-se à perspectiva humanista de Leon Battista Alberti e aos escritos de Herman Hertzberger, para concluir que a Escola é uma pequena Cidade e que a Cidade é uma grande Escola.