Uncovering Affective Temperaments: Validation Study of the ATQ in a Portuguese non-clinical sample

Abstract

O temperamento afetivo pode ser conceptualizado como umapredisposição na reatividade a estímulos, biologicamente determinada eestável ao longo da vida, apesar de estar sujeito a influência pelo meioambiente aquando do desenvolvimento do indivíduo. A literatura temconcebido os temperamentos afetivos como pertencentes a um espectro quevaria desde a sua manifestação subclínica até à perturbação de humor grave.O facto destes não se terem extinguido nem diminuído de frequência aolongo das gerações leva a querer que conferem vantagens evolutivas àespécie. A presente investigação pretende validar para a populaçãoportuguesa o Affective Temperamente Questionnaire e verificar as suasrelações com variáveis da teoria do ranking social como a vergonha externa,autocompaixão, ansiedade e depressão de modo a aprofundar oconhecimento nesta área e a contribuir com um novo instrumento adaptado àpopulação portuguesa para o aperfeiçoamento da prática clínica einvestigação científica no país. Para cumprir o proposto, foi aplicado umprotocolo de instrumentos de autorresposta a uma amostra de 708 sujeitosproveniente da população geral. Os dados obtidos foram sujeitos a análisefatorial confirmatória da qual emergiu um modelo de 3 fatores: Hipertimia,Ciclotimia e Distimia. A escala revelou qualidades psicométricassatisfatórias assim como boa validade de constructo, convergente eincremental, produzindo um bom modelo no geral. Quanto ao estudocorrelacional é de salientar as correlações fortes entre distimia e ansiedade edistimia e auto-compaixão, a última no sentido negativo. Relativamente àregressão linear, foi verificável que os temperamentos afetivos explicam20% da sintomatologia depressiva (HADS-D) e 29% da sintomatologiaansiosa (HADS-A). É encorajado e recomendado o uso deste instrumentopsicométrico para o estudo dos temperamentos afetivos, tanto em contextoclnico como em contexto de investigação.

The affective temperament can be conceptualized as a predisposition in reactivity to stimuli, biologically determined and stable throughout life, although it is subject to influence by the environment during the development of the individual. Literature has conceived affective temperaments as belonging to a spectrum ranging from its subclinical manifestation to severe mood disorders. The fact that these have not been extinguished or diminished frequency over generations might suggest that they confer evolutionary advantages to the species. The present study aims to validate for the Portuguese population the Affective Temperament Questionnaire and to verify its relations with variables of the social ranking theory such as external shame, self-compassion, anxiety and depression in order to deepen the knowledge in this area and to contribute with a new instrument adapted to the Portuguese population for the improvement of clinical practice and scientific research in the country. To accomplish the proposal, self-response instruments were applied to a sample of 708 subjects from the general population. The data obtained were subjected to a confirmatory factorial analysis from which a model of three factors emerged: Hyperthymia, Cyclothymia and Dysthymia. The scale revealed satisfactory psychometric qualities as well as good construct validity, convergent and incremental, producing a good model in general. As for the correlational study, it is worth noting the strong correlations between dysthymia and anxiety, and dysthymia and self-compassion, the second negatively. Regarding linear regression, it was verified that affective temperaments account for 20% of depressive symptomatology (HADS-D) and 29% of anxiety symptomatology (HADS-A). The use of this psychometric instrument for the study of affective temperaments, both in the clinical context and in the context of research, is encouraged and recommended.