Perfil de Risco do Consumo de Álcool - Do Adulto Emergente ao Adulto de Meia-Idade

Abstract

Observa-se uma preocupação internacional relativamente à influência do consumo de álcool na saúde pública, e como estes padrões de consumo se refletem no ciclo de vida.O presente estudo exploratório propõe-se a analisar a prevalência de aferir o perfil de risco para o consumo de álcool e o respetivo padrão de consumo de álcool em função do ciclo de vida do consumidor na idade adulta.A amostra foi composta por 500 indivíduos, 170 do sexo masculino (34%) e 330 do sexo feminino (66%), com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos. A distribuição etária dos inquiridos dividiu-se em três categorias, ou seja, em três ciclos de vida principais. Dos inquiridos, 231 indivíduos (46,2%) foram considerados Adultos Emergentes, 152 indivíduos (30,4%) Jovens Adultos e 117 indivíduos (23,4%) Adultos de Meia-Idade. A recolha de dados realizou-se através da aplicação do Alcool Use Disorders Identification Test (AUDIT, Babor et al., 2001), Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21, Adaptação portuguesa: Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004), Rotenberg’s Specific Trust Scale Adults (Adaptação portuguesa: Vale-Dias & Franco-Borges, 2014), Escala sobre a Felicidade (Barros, 2001), Escala de Futuro (Adaptação Portuguesa: Pais-Ribeiro, Pedro & Marques, 2006) e Satisfaction with Life Scale (SWLS, Adaptação portuguesa: Simões, 1992). Os resultados obtidos revelam que a ansiedade, a felicidade, a iniciativa, os caminhos e o ciclo de vida estão associadas ao risco de dependência de álcool. Pontuações mais elevadas ao nível da ansiedade, da felicidade e da iniciativa tendem a aumentar o risco de dependência de álcool (p-value <0,05). A componente caminhos associada à escala da esperança também é associada ao risco de dependência do álcool, no entanto com uma tendência oposta, ou seja, em indivíduos com pontuações mais baixas neste componente, o risco de dependência tende a aumentar (p-value <0,05). O ciclo de vida, considerando as suas etapas, também é associada ao risco de dependência de álcool, sendo que os adultos emergentes revelam maior risco de dependência de álcool (p-value <0,05). Este modelo explica 15% da variabilidade do risco de dependência de álcool (R2= 0,147).

The influence of alcohol consumption on public health and the relationship between consumption patterns and the life cycle are becoming a growing international concern. This study assesses the risk profile and patterns for alcohol consumption as a function of a consumer’s life cycle during adulthood.The sample consists of 500 individuals, 170 males (34%) and 330 females (66%), aged between 18 and 64 years. Of the sample constituents, 231 individuals (46.2%) were considered Emerging Adults, 152 individuals (30.4%) were considered Young Adults and 117 individuals (23.4%) were considered Midlife Adults. Data collection was done through the application of the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT, Babor et al., 2001), Scales of Anxiety, Depression and Stress (EADS-21, Portuguese Adaption: Pais-Ribeiro, Honrado & Leal), Scale of Happiness (Barros, 2001), Scale of Future (Portuguese Adaptation: Pais-Ribeiro, Pedro & Marques, 2006), Rotenberg’s Specific Trust Scale Adults (Portuguese Adaption: Vale-Dias & Franco-Borges, 2014) and Satisfaction with Life Scale (SWLS, Portuguese Adaptation: Simões, 1992).Results show that anxiety, happiness, initiative and the life cycle are determinants of the risk of alcohol dependence. Higher scores on anxiety, happiness and initiative tend to increase the risk of alcohol dependence (p-value <0.05). The path component associated with the hope scale is also a determinant of the risk of alcohol dependence. However, with an opposite tendency, individuals with lower scores have more risk of alcohol dependence (p-value <0,05). Considering its periods, the life cycle is also a determinant of the risk of alcohol dependence, with emerging adults showing a higher risk of alcohol dependence (p-value <0.05). This model accounts for 15% of the variability in the risk of alcohol dependence (R2= 0,147).