Exploring the paths between fears of compassion and negative affect: The roles of external shame and self- criticism across men and women

Abstract

Compassion has been considered a strong indicator of psychological health and well-being. However, clinical observations suggested that for some people feeling compassion and content can be a threatening experience. On this matter, a new scale was recently developed to explore fears of expressing and receiving compassion from others, and fears of feeling compassion for the self. Recently, empirical accounts have been documented the association between fears of compassion and psychological difficulties, namely depression. However, research on the underlying mechanisms of this association remains scarce.The current study examined an integrative model, in which it is hypothesized that self- criticism and external shame mediate the link between fears of compassion and depressive symptomatology, in a sample of 824 Portuguese men and women aged between 18 and 65 years old. Also, a multi-group path analysis was conducted to examine gender differences in these relationships.A path analysis revealed that fears of self-compassion and compassion from others have a significant effect on depressive symptomatology, mediated by self-criticism and external shame. Moreover, findings supported the model invariance across males and females. These results suggest that, for both genders, fear of showing empathy and compassion for the self, when facing aversive situations and for experiencing compassion from others are linked with depressive symptomatology, through higher levels of self- criticism and external shame. The current study seems to highlight the importance of developing programs to prevent depression, that specifically target shame and self- criticism, through the development of compassionate skills.

A compaixão tem sido apontada como um forte indicador de bem estar e saúde psicológica. No entanto, observações clínicas têm vindo a verificar que, para algumas pessoas, a compaixão e satisfação são vivenciadas como experiências desencadeadoras de emoções negativas. Neste sentido, foi recentemente desenvolvida uma escala que explora os medos de receber e expressar compaixão pelos outros, e ainda o medo de sentir compaixão pelo próprio. Dados empíricos têm documentado uma associação significativa entre os medos da compaixão e sintomas de dificuldades psicológicas como a sintomatologia depressiva. Apesar destes dados, a investigação acerca dos mecanismos subjacentes a esta associação são ainda escassos.A presente investigação procurou examinar um modelo onde foi hipotetizado que o auto-criticismo e a vergonha externa constituiriam variáveis mediadoras na relação entre os medos da compaixão e a existência de sintomatologia depressiva, numa amostra de 824 homens e mulheres portugueses, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. Adicionalmente, foram ainda realizadas path-análises multi-grupos com o objetivo de identificar e estudar diferenças de género nas associações encontradas entre as variáveis estudadas.As path-analysis revelaram que os medos de ser auto-compassivo e de receber a compaixão dos outros têm um efeito significativo na experiência de sintomatologia depressiva, sendo esta associação mediada pelo auto-criticismo e pela vergonha externa. Adicionalmente, os resultados encontrados suportam a invariância do modelo entre homens e mulheres. Estes resultados sugerem que, em ambos os sexos, o medo de expressar empatia e compaixão pelo próprio, face à vivência de situações aversivas, e o medo de receber a compaixão dos outros se encontram associados positivamente com a sintomatologia depressiva, através da experiência de níveis mais elevados de auto-criticismo e vergonha externa. O presente estudo parece sublinhar a importância de desenvolver programas de prevenção da depressão, que foquem especificamente a vergonha e o auto-criticismo, através do desenvolvimento de habilidades compassivas.