Gravidade da Hidronefrose Pré-natal como Preditor de Uropatia Pós-natal

Abstract

Objetivos: Esta investigação tem como objetivo colocar em evidência estudos que permitem relacionar a hidronefrose fetal com a existência de patologia urológica em pós-natal.Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura segundo as recomendações PRISMA, com recurso à base de dados PubMed e ClinicalKey. Foram selecionados artigos que avaliaram o estado do conhecimento sobre a hidronefrose pré-natal como fator preditivo de uropatia pós-natal, publicados entre 2011 e 2017.Resultados: Foram identificados dez artigos, de um total de 3376 que, após a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão, possibilitaram uma agregação em cinco domínios: relação entre o grau de hidronefrose pré-natal (ANH) e o risco de uropatia pós-natal e complicações associadas; relação entre o grau de ANH e o risco de necessidade cirúrgica; correlação entre o diâmetro ântero-posterior (APD) do bacinete e a evolução subsequente; a utilidade da ecografia no diagnóstico e seguimento da ANH; aconselhamento parental quando se faz o diagnóstico de ANH. A maioria dos artigos mencionou fatores que apontam para a utilidade do APD da pélvis renal como preditor do risco de um achado pós-natal patológico. Esta associação baseia-se na avaliação do grau de hidronefrose pré-natal (ligeiro, moderado e grave), sendo que no grau grave é consensual a existência de maior risco de uropatia pós-natal, não se evidenciando essa associação nos outros dois graus. Conclusões: De acordo com a revisão da literatura, perante um diagnóstico de hidronefrose pré-natal, este constitui-se como um fator preditor de uma uropatia pós-natal, sendo que o grau da hidronefrose é tradutor dessa predição, de acordo com o APD da pélvis renal, mais evidente no grau grave.

Objectives: The present investigation aims to highlight studies that allow the association of fetal hydronephrosis with post-natal urologic pathology.Methodology: A systematic review of the literature was performed according to the PRISMA recommendations, using the PubMed and ClinicalKey databases. Were selected articles wich evaluated the state of knowledge about prenatal hydronephrosis as a predictive factor of postnatal uropathy, published between 2011 and 2017.Results: Ten articles were identified from a total of 3376 articles that, after applying the inclusion and exclusion criteria, allowed an aggregation in five domains: relationship between the degree of prenatal hydronephrosis (ANH) and the risk of postnatal uropathy and associated complications; relationship between the degree of ANH and the risk of surgical necessity; correlation between the antero-posterior diameter (APD) of the renal pelvis and the subsequent evolution; the utility of ultrasound in the diagnosis and follow-up of ANH; parental counseling in the presence of ANH diagnosis. Most of the articles mentioned factors that point to the utility of renal pelvic APD as a predictor of the risk of a pathological postnatal finding. This association is based on the assessment of the degree of prenatal hydronephrosis (mild, moderate and severe) and in the severe degree it is consensual the existence of a higher risk of postnatal uropathy, not evidencing this association in the other two degrees. Conclusions: According to the literature review, if there’s a diagnosis of prenatal hydronephrosis, this constitutes a predictive factor of a postnatal uropathy, and the degree of hydronephrosis is a translator of this prediction, according to the APD of the renal pelvis, most evident in the severe degree.