Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/82752
Title: Ingestão medicamentosa voluntária - experiência de 5 anos numa urgência pediátrica
Other Titles: Self-poisoning with medicines - 5 years experience in a pediatric emergency
Authors: Amorim, Ana Rita Gonçalves 
Orientador: Mação, Patrícia Alexandra Batista
Pedroso, Sara Rita Rodrigues
Keywords: ingestão medicamentosa; suicídio; crianças; adolescentes; self-poisoning; suicide; children; adolescents; medicines
Issue Date: 22-Mar-2017
Serial title, monograph or event: Ingestão medicamentosa voluntária - experiência de 5 anos numa urgência pediátrica
Place of publication or event: Faculdade de Medicina, Coimbra
Abstract: Introduction: Suicide between adolescents has been increasing, being the second leading cause of death in Europe and for that is considered a major global health problem. Deliberate self-poisoning (DSP) with medicines is the most common method of non-fatal suicide attempt used by adolescents. This study aimed to characterize the cases of children and adolescents admitted to the emergency department (ED) with DSP with medicines. Methods: Retrospective study of the cases of children/adolescents, admitted to the pediatric ED between February 1st, 2011 and January 31st, 2016 (5 years) with the diagnosis of DSP with medicines. Demographic variables, medicines ingested, clinical manifestations, triggers for the episodes, previous DSP with medicines and self-harm behaviour, history of psychiatric/psychology follow-up, therapy instituted in the ED, including psychiatric assessment by a specialist, hospital admission and referral to a mental health specialist follow-up were analysed.Results: This study included 153 cases (84,3% of female sex; median age of 15,8 years). The annual distribution increased during the study period (median of 28 cases/year). The highest frequency of ingestions was during the night (46,4%) and in August (14,4%). Benzodiazepines were the most common class of drugs ingested (41,8%) and paracetamol was the most ingested drug (20,3%). In the majority of cases, medicines were obtained from a relative (60,8%) or from their own medication (36,6%). The most common clinical manifestations were neurological (53,6%) and gastrointestinal (30,1%). Family conflicts were the most frequent triggers for the ingestion (48,4%). Previous self-harm behaviour was referred in 46,4% and 65,4% had history of psychiatric/psychological consultation. Intravenous fluid therapy was required in 60,8% and activated charcoal in 52,3%. The hospital admission was necessary in 91,5%, and psychiatric assessment by a specialist was performed in 82,4%. Referral for mental health follow-up was done in 86,3%. Discussion: The frequency of DSP with medicines in children/adolescents increased in last years, the majority with benzodiazepines and paracetamol. Most episodes occurred in August and were related to family conflicts. At the time of the episode, the majority of patients were already followed-up by a mental health specialist.Conclusion: The recognition of DSP as a major problem in children and adolescents and the identification of risk factors as elucidated by this study, alerts to the need for prevention strategies, namely clinical and social.
Introdução: O suicídio nos adolescentes tem vindo a aumentar, sendo a segunda causa de morte na Europa e por isso um importante problema de saúde pública. A ingestão medicamentosa voluntária (IMV) é o método de suicídio não-fatal mais utilizado pelos adolescentes. Este estudo pretende caraterizar os casos de crianças e adolescentes observados em contexto de urgência por IMV.Métodos: Estudo retrospetivo dos casos de crianças/adolescentes admitidos num serviço de urgência (SU) polivalente pediátrico, entre 1 de Fevereiro de 2011 e 31 de Janeiro de 2016 (5 anos), com diagnóstico de IMV. Foram analisadas variáveis demográficas, medicamentos ingeridos, manifestações clínicas, motivo/precipitante, história de IMV e comportamentos auto-lesivos, seguimento prévio em consulta de pedopsiquiatria/psiquiatria/psicologia, terapêutica instituída no SU, avaliação por pedopsiquiatria, internamento e orientação. Resultados: Foram incluídos 153 casos (84,3% do género feminino; idade mediana de 15,8 anos). A distribuição foi crescente ao longo dos anos (mediana de 28 casos/ano). A frequência foi maior durante a noite (46,4%) e em agosto (14,4%). As benzodiazepinas foram a classe de medicamentos mais usada (41,8%) e o paracetamol o fármaco mais frequente (20,3%). Os medicamentos pertenciam a familiares (60,8%) ou à própria criança/adolescente (36,6%) na maioria dos casos. As manifestações clínicas mais comuns foram as neurológicas (53,6%) e gastrointestinais (30,1%). Os conflitos familiares foram identificados como precipitante da IMV em 48,4% dos casos. Referiram comportamentos auto-lesivos prévios 46,4% e seguimento prévio em pedopsiquiatria/psiquiatria/psicologia 65,4%. As terapêuticas mais vezes utilizadas no SU foram a fluidoterapia endovenosa (60,8%) e o carvão ativado (52,3%). Foram internados 91,5% dos casos, com avaliação pela pedopsiquiatria/psiquiatria em 82,4% e orientação para consulta das mesmas especialidades em 86,3%.Discussão: As IMV em crianças/adolescentes tiveram uma tendência crescente nos últimos anos, sendo as benzodiazepinas e o paracetamol os fármacos mais utilizados. Os episódios ocorreram mais em agosto e estiveram frequentemente associados a conflitos familiares. A maioria dos doentes já eram seguidos em pedopsiquiatria/psiquiatria/psicologia. Conclusão: O reconhecimento da IMV como problema crescente em crianças e adolescentes e a identificação de fatores de risco evidenciada neste estudo alerta para a necessidade de implementar estratégias de prevenção, nomeadamente clínicas e sociais.
Description: Trabalho de Projeto do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/82752
Rights: closedAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

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