Contribuição do exercício físico excêntrico na reversão da fragilidade em idosos

Abstract

Contexto: A prevenção da fragilidade em idosos pode evitar ou adiar o processo de perda de autonomia. A fragilidade é um processo potencialmente reversível, mas esta reversibilidade em geral não é espontânea e requer intervenções específicas, entre as quais os exercícios físicos.Objetivos: O objetivo do presente trabalho é de demonstrar que os exercícios físicos excêntricos podem contribuir na prevenção ou na reversão da fragilidade, na conservação da autonomia e da aptidão física e na melhoria do perfil cognitivo da população idosa.Material e Métodos: Trata-se um estudo experimental do tipo ensaio clínico controlado randomizado aberto, com um grupo intervenção e um grupo controle. O estudo foi realizado em um dos Lares para idosos dependentes do Centro Hospitalar do Penthièvre et du Poudouvre na cidade de Lamballe – França. Foram utilizados os critérios de fragilidade de Fried como variáveis de inclusão e de desfecho. Foram incluídas variáveis relativas à capacidade funcional, ao desempenho físico e às funções cognitivas. Um programa de exercícios de resistência excêntrica com viés foi implementado com uma duração de 12 semanas. As avaliações foram efetuadas antes do início das atividades (linha de base) e nas semanas 6 e 12 da intervenção.Resultados: A partir dos resultados obtidos constatou-se que, em relação aos diferentes critérios de fragilidade, a intervenção contribuiu a melhorar a velocidade de marcha entre o início da intervenção e a semana 6 (p=0,014), com estabilização entre a semana 6 e o fim da intervenção (p=0,483), a melhorar o estilo de vida sedentário entre o início da intervenção e a semana 6 (0,014) sem melhorar essa variável entre a semana 6 e o fim da intervenção. Os exercícios físicos excêntricos contribuíram de uma maneira global a melhorar número de critérios de fragilidade presentes, entre o início da intervenção e a semana 6, entre a semana 6 e a semana 12 e entre o início e o fim da intervenção. No que se refere à aptidão física, eles tiveram um impacto positivo na força muscular dos membros superiores entre a linha de base e a semana 6, na resistência aeróbica entre a linha de base e a semana 12 e na agilidade / equilíbrio dinâmico entre a linha de base e a semana 6 e entre a linha de base e a semana 12. A intervenção não contribuiu na melhoria da capacidade funcional dos participantes mas teve um impacto positivo no perfil cognitivo dos participantes (p=0,042).Conclusões: Os exercícios físicos excêntricos implementados no âmbito do presente trabalho podem explicar a reversão ou a estabilização da fragilidade, os benefícios observados em algumas variáveis da aptidão física e no perfil cognitivo dos participantes no grupo intervenção.

Background: The prevention of frailty in the elderly can avoid or delay the process of loss of autonomy. Frailty is a potentially reversible process, but this reversibility is not usually spontaneous and requires specific interventions, including physical exercises.Objectives: The aim of the present study is to demonstrate that eccentric physical exercises can contribute to the prevention or reversal of frailty, the preservation of autonomy and physical fitness, and to the improvement of the cognitive profile of the elderly population.Methods: This is an open-label randomized controlled trial, with one intervention group and one control group. The study was carried out in one of the Long-Term Care Facilities for dependent elderly adults of the Hospital Center of the Penthièvre et du Poudouvre in the city of Lamballe - France. The Fried frailty criteria were used as inclusion and outcome criteria. Variables related to functional capacity, physical performance and cognitive functions were included. An eccentric bias resistance exercise program was implemented with a duration of 12 weeks. Evaluations were performed before the start of activities (baseline) and at weeks 6 and 12 of the intervention.Results: From the results, it was observed that, in relation to the different frailty criteria, the intervention contributed to improve walking speed between the beginning of the intervention and week 6 (p = 0.014), with stabilization between week 6 and the end (p = 0.483), to improve the sedentary lifestyle between the beginning of the intervention and week 6 (0.014) without improving this variable between week 6 and the end of the intervention. Eccentric physical exercises contributed in a global way to improving the number of frailty criteria present between the beginning of the intervention and week 6, between week 6 and week 12 and between the baseline and the end of the intervention. With regard to physical fitness, it had a positive impact on upper limb muscle strength between baseline and week 6, aerobic resistance between baseline and week 12, and dynamic agility / balance between the baseline and week 6 and between baseline and week 12. Intervention did not contribute to improving participants’ functional capacity but had a positive impact on participants' cognitive profile (p = 0.042).Conclusions: The eccentric physical exercises implemented in the scope of the present study may explain the reversal or stabilization of frailty, the benefits observed in some variables of physical fitness and in the cognitive profile of the participants in the intervention group.