Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/81601
Title: Arquitetura Doméstica e as necessidades evolutivas - Aproximação aos conceitos de Flexibilidade e Adaptabilidade
Other Titles: Domestic Architecture and the evolutionary needs - The study of the concepts of Flexibility and Adaptability
Authors: Carvalho, Manuel Pereira Rama de
Orientador: Pousada, Pedro Filipe Rodrigues
Keywords: Arquitetura doméstica; Necessidades evolutivas; Adaptabilidade; Flexibilidade; Habitação flexível; Domestic architecture; Evolutionary needs; Adaptability; Flexibility; Flexible hosing
Issue Date: 24-Oct-2017
Serial title, monograph or event: Arquitetura Doméstica e as necessidades evolutivas - Aproximação aos conceitos de Flexibilidade e Adaptabilidade
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: Esta dissertação tem por objetivo caracterizar o potencial de uma arquitetura doméstica que se propõem a acompanhar e responder às necessidades dos seus utilizadores, a tempo longo. Deste modo, para compreender esta mais valia, foi explorado o papel do Arquiteto no pensamento do espaço doméstico, procurando entender de que forma o seu trabalho pode condicionar, mas, também, potenciar a vontade destes utilizadores de habitar um espaço doméstico que responda de forma contínua a suas necessidades mutáveis. O desenvolvimento da questão levou ao campo da memória e à sua influência na vontade de permanências destes utilizadores no mesmo espaço doméstico, toda a sua vida. A “Flexibilidade” e a “Adaptabilidade”, os dois casos de estudo desta dissertação, surgem como “conceitos alavanca” que permitem fazer uma transição da componente teórica para a prática, através de soluções físicas adaptáveis e flexíveis, que permitem uma resposta concreta às necessidades de uma habitação deste tipo. Os resultados da investigação permitiram desenvolver, com base na pesquisa apresentada, um projeto conceptual de uma possibilidade de habitação que pode servir os utilizadores em estudo nesta dissertação, permitindo adaptar-se, respondendo às necessidades evolutivas.Introdução Moradia, vivenda, apartamento, palácio, solar, cabana... Todos são espaços onde podemos habitar. Em todos podemos encontrar uma casa, um abrigo, um refúgio às intempéries. Nessa casa, vive o habitante. Vive só, vive em grupo, vive em família. Vive e partilha espaços, criando momentos. É, assim, um lugar de vivências e uma construção de recordações. Uma soma de acontecimentos que a preenchem e a modelam no tempo. Como utilizadores, criamos leituras e rotinas nesses espaços, com os mais diversos objetos domésticos que adquirimos, criamos memória. Com os mais diversos acontecimentos, preenchemos os espaços de sentimentos. Estratos de lembranças, camadas invisíveis pessoais, emoções silenciosas no espaço, que só quem os viveu, ali, naquele lugar, consegue captar. Enquanto estudante de arquitetura, constatei a dificuldade em encontrar habitações, definidas para utilizadores que pretendam viver num único espaço doméstico e que este responda sempre às necessidades que vão surgindo ao longo das suas vidas. Enquanto habitante, obvervei essa mesma dificuldade na minha casa familiar. Deparei-me com um corpo físico que, num determinado momento, esteve ajustado às vivências dos seus utilizadores, e que, a tempo longo, com a gradual saída de elementos do grupo familiar, acabou tendo uma consequente perda de uso dos espaços, resultante do seu caráter congelado e inflexível. Deste modo, constitui-se, atualmente, como uma junção de divisões sem uso, desajustadas das vontades dos seus utilizadores no presente, do seu único habitante, a minha mãe. A casa pode ser entendida como um organismo vivo. Um espaço que se coaduna com o seu habitante e as suas necessidades. Assim, se for necessário que esta seja modesta, então poderá ser modesta. Se posteriormente necessita de espaço, então poderá expandir-se. Se na visão do habitante existem espaços dispensáveis, então esta poderá contrair-se ou dividir-se. Também se pode reorganizar, também se pode transformar, se assim as necessidades dos seus habitantes o demandarem. Mas como é que se torna isto possível? Como é que se pode dar respostas a estes problemas? Criar espaços para habitantes que não se querem mudar? Que não se querem largar das memórias e do espaço onde viram decorrer as suas vidas? Não será igualmente legítimo pensar soluções para estas pessoas? Deste modo, esta dissertação propõe um pensamento sobre um espaço que procure responder, incessantemente, às necessidades dos seus habitantes, mas que, ao mesmo tempo, conserve a memória, o refúgio, o abrigo que sempre conheceram, permitindo, assim, evitar o transtorno da mudança de habitação e a resignação de viver em espaços congelados e inflexíveis, sem repostas ajustadas às suas necessidades mutáveis. Neste sentido, para melhor desenvolver o tema, estabelece-se como problemática a vontade de entender:“De que forma a Arquitetura poderá acompanhar as mudanças de quem habita e quais as mais valias dessa correlação?” O tema da habitação não se restringe a um período, é, de facto, transversal a todos os períodos, culturas e lugares, assim como o tema da sintonia da habitação com o seu utilizador. Esta investigação requererá uma análise que se estenda nessas transversalidades. Só o tempo alocado a uma dissertação de mestrado poderá limitá-lo, por necessidade. Em consequência, esta dissertação pretende dar continuidade ao extenso estudo deste tema, apresentando-se como um trecho que analisa os seus antecedentes e prevê a sua continuidade. A fim de encontrar respostas para esta problemática, propõem-se uma recolha bibliográfica focada em elementos relevantes para esta questão, não definindo, deste modo, um intervalo cronológico de dados, mas sim uma recolha de
he objective of this dissertation is to characterize the potential of a domestic architecture which aims to accompany and respond to the needs of its inhabitants over time. In order to understand this subject, it has been problematized the importance of the Architect in the design of the dwelling and in the conceptualization of such space, both topics regarded as keys to generate and preserve the will of inhabiting a place, which responds continuously to the needs of its residents. The development of the issue led to the field of memory and its influence on the desire of people to remain in the same domestic space for all their lives. “Flexibility” and “Adaptability”, the two main concepts of this dissertation, appear as key notions that allow the articulation of the theoretical knowledge with the conception of the project, suggesting solutions with adaptable and flexible physical spaces which allow a consistent response to the needs of this type of dwellings. The research results led to the development of a conceptual project of a housing possibility that can serve its inhabitants by being adaptable and flexible, responding to their evolutionary needs.Introdução Moradia, vivenda, apartamento, palácio, solar, cabana... Todos são espaços onde podemos habitar. Em todos podemos encontrar uma casa, um abrigo, um refúgio às intempéries. Nessa casa, vive o habitante. Vive só, vive em grupo, vive em família. Vive e partilha espaços, criando momentos. É, assim, um lugar de vivências e uma construção de recordações. Uma soma de acontecimentos que a preenchem e a modelam no tempo. Como utilizadores, criamos leituras e rotinas nesses espaços, com os mais diversos objetos domésticos que adquirimos, criamos memória. Com os mais diversos acontecimentos, preenchemos os espaços de sentimentos. Estratos de lembranças, camadas invisíveis pessoais, emoções silenciosas no espaço, que só quem os viveu, ali, naquele lugar, consegue captar. Enquanto estudante de arquitetura, constatei a dificuldade em encontrar habitações, definidas para utilizadores que pretendam viver num único espaço doméstico e que este responda sempre às necessidades que vão surgindo ao longo das suas vidas. Enquanto habitante, obvervei essa mesma dificuldade na minha casa familiar. Deparei-me com um corpo físico que, num determinado momento, esteve ajustado às vivências dos seus utilizadores, e que, a tempo longo, com a gradual saída de elementos do grupo familiar, acabou tendo uma consequente perda de uso dos espaços, resultante do seu caráter congelado e inflexível. Deste modo, constitui-se, atualmente, como uma junção de divisões sem uso, desajustadas das vontades dos seus utilizadores no presente, do seu único habitante, a minha mãe. A casa pode ser entendida como um organismo vivo. Um espaço que se coaduna com o seu habitante e as suas necessidades. Assim, se for necessário que esta seja modesta, então poderá ser modesta. Se posteriormente necessita de espaço, então poderá expandir-se. Se na visão do habitante existem espaços dispensáveis, então esta poderá contrair-se ou dividir-se. Também se pode reorganizar, também se pode transformar, se assim as necessidades dos seus habitantes o demandarem. Mas como é que se torna isto possível? Como é que se pode dar respostas a estes problemas? Criar espaços para habitantes que não se querem mudar? Que não se querem largar das memórias e do espaço onde viram decorrer as suas vidas? Não será igualmente legítimo pensar soluções para estas pessoas? Deste modo, esta dissertação propõe um pensamento sobre um espaço que procure responder, incessantemente, às necessidades dos seus habitantes, mas que, ao mesmo tempo, conserve a memória, o refúgio, o abrigo que sempre conheceram, permitindo, assim, evitar o transtorno da mudança de habitação e a resignação de viver em espaços congelados e inflexíveis, sem repostas ajustadas às suas necessidades mutáveis. Neste sentido, para melhor desenvolver o tema, estabelece-se como problemática a vontade de entender:“De que forma a Arquitetura poderá acompanhar as mudanças de quem habita e quais as mais valias dessa correlação?” O tema da habitação não se restringe a um período, é, de facto, transversal a todos os períodos, culturas e lugares, assim como o tema da sintonia da habitação com o seu utilizador. Esta investigação requererá uma análise que se estenda nessas transversalidades. Só o tempo alocado a uma dissertação de mestrado poderá limitá-lo, por necessidade. Em consequência, esta dissertação pretende dar continuidade ao extenso estudo deste tema, apresentando-se como um trecho que analisa os seus antecedentes e prevê a sua continuidade. A fim de encontrar respostas para esta problemática, propõem-se uma recolha bibliográfica focada em elementos relevantes para esta questão, não definindo, deste modo, um intervalo cronológico de dados, mas sim uma recolha de elementos que consigam servir de contributo para apresentar alternativas a este problema
Description: Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia
URI: https://hdl.handle.net/10316/81601
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat
Dissertação Manuel Rama.pdf64.41 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s) 20

679
checked on Mar 26, 2024

Download(s) 50

974
checked on Mar 26, 2024

Google ScholarTM

Check


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons