Estado nutricional em doentes com esclerodermia

Abstract

Introdução: A Esclerose Sistémica (ES) é uma doença multissistémica que interfere com o estado de nutrição. O principal objectivo deste trabalho foi avaliar o estado de nutrição e composição corporal numa população de doentes com ES, avaliando eventual relação com capacidade funcional, tempo de evolução e actividade/gravidade da doença. Material e métodos: Foi avaliada a composição corporal de doentes com ES, através da impedância bioeléctrica. Foram aplicados questionários clínicos, inquéritos nutricionais e Health Assessment Questionnaire - Disability Index para estudar manifestações e actividade da doença, eventuais desvios alimentares e capacidade funcional respectivamente. Foram analisados processos clínicos de forma retrospectiva para estudar parâmetros laboratoriais. Estes dados foram depois correlacionados com os obtidos na IB. Resultados: Nenhum dos doentes estudados apresentou alterações marcantes a nível da constituição corporal compatíveis com estado de desnutrição evidente. A composição corporal e o estado de nutrição não demonstraram relação estatisticamente significativa com a capacidade funcional, o tempo de evolução, os parâmetros laboratoriais e o grau de actividade da doença. Conclusão: Apesar de não terem sido conseguidas correlações significativas entre as variáveis em estudo observou-se que a ES influencia a composição corporal dos doentes, interferindo na qualidade de vida destes.

Introduction: Systemic sclerosis is a multisystemic disease that interferes with the nutritional status. The main objective of this study was to assess the nutritional status and body composition in a population of patients with systemic sclerosis, while evaluating a possible relation to functional capacity, disease duration and activity/severity of illness. Material and methods: Body composition was assessed in 20 patients with systemic sclerosis through IB. Clinical questionnaires, nutritional surveys and Health Assessment Questionnaire-Disability index were applied to study disease activity and manifestations, possible nutritional deviations and functional capacity, respectively. The medical files were retrospectively analyzed to study laboratory parameters. These data were then correlated with those obtained through the IB. Results: None of the patients studied have presented marked changes in body constitution compatible with an evident state of malnutrition. Body composition and nutritional status have not shown a statistically significant relation with functional capacity, time of evolution, laboratory parameters, and the degree of disease activity. Conclusion: Despite no significant correlations achieved between the studied variables, we found that the systemic sclerosis affects the body composition of patients, thus interfering with their quality of life.