Biomarcadores no cancro da mama e o seu papel na medicina personalizada

Abstract

Os biomarcadores como indicadores de processos biológicos e patogénicos são uma nova perspectiva de diagnóstico, de terapêutica e de monitorização. No cancro da mama, distinguem-se o RE/RP, o HER2, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, entre outros. O tipo de biomarcador permite fazer o diagnóstico, direccioná-lo para uma terapêutica e ainda, é factor essencial na monitorização desta patologia, ou seja, introduzir o conceito de medicina personalizada. Actualmente, já existem testes diagnósticos no mercado, principalmente para os genes BRCA, que avaliam a predisposição da mulher vir a desenvolver cancro da mama. Esses testes são realizados a partir de amostras de sangue periférico ou de saliva, quando pedidos por um médico. Se estes forem positivos, o paciente deve recorrer à remoção profiláctica dos ovários ou da mama, consoante o tipo de mutação. Se o carcinoma for RE positivo, a sua terapêutica terá que ser hormonal, utilizando fármacos antagonistas dos receptores (tamoxifeno) ou IAs (anastrazol ou letrozol). Mas quando o biomarcador intrínseco é o HER2, a estratégia de tratamento consiste em anticorpos monoclonais como o trastuzumab. No entanto dentro dos próprios biomarcadores, existe heterogeneidade. Por exemplo as duas isoformas ERα e ERβ e a perda do terminal carboxilo do HER2. Estas mudanças influenciam o tratamento mas também poderão ser objecto de estudo para novos tratamentos. Quanto ao prognóstico, existem também testes que avaliam, simultaneamente, um conjunto de genes associados à proliferação celular e à tumorigénese pelas técnicas de PCR e microensaios, que avaliam o risco de recorrência do tumor. São eles o OncotypeDX® e o Mammaprint®. Para finalizar, uma outra valência essencial dos biomarcadores é a capacidade de estes permitirem novas estratégias terapêuticas. A desregulação da via P13K-AKT-mTOR e a amplificação dos FGFR são alvos importantes, pois o primeiro é uma cascata complexa, com muitas etapas, que por sua vez leva a um acumular de erros, o segundo por ser responsável pela proliferação celular desmesurada e ser um importante factor na tumorigénese.

Biomarkers as indicators of biological and pathological processes are a new perspective of diagnosis, therapy and monitoring. In breast cancer, among others biomarkers, the principals are the ER/PR, HER2, BRCA1 and BRCA2 gene mutations. The type of biomarker allows the realization of the diagnosis leads him to a therapy and also is an essential factor on monitoring the pathology, which it’s called “personalized therapy”. Nowadays, there are commercialized diagnostic tests, mostly for BRCA genes, that evaluate women predisposition in developing breast cancer. Those tests are realized from peripheral blood or saliva samples and they need to be requested from a doctor. If the test turns positive, the patient should proceed to a prophylactic removal of the breast or of the ovaries, depending on the kind of the mutation. If the cancer is ER positive, the treatment should be hormonal with antagonists of the ER (tamoxifeno) ou AIs (anastrazol or letrozol). But when the intrinsic biomarker is HER2, the treatment strategies consist on monoclonal antibodies such as trastuzumab. However, within the same biomarkers there is some heterogeneity. For instance, the two isoforms REα and REβ and the loss of the terminal carboxyl of the HER2. These changes influence the treatment but can also be the object of futures studies for new kinds of treatment. Regarding the prognosis, there also tests that simultaneously evaluate a conjunct of genes related to cellular proliferation and tumorigenesis, through techniques such as microarrays and PCR, which assess the recurrence risk of the tumor. They are the OncotypeDX® and the Mammaprint®. In conclusion, another biomarker’s essential capacity is that they have to allow new therapeutically strategies. The dysregulation of the P13-AKT-mTOR pathway and the FGFR amplification are important targets, because the first one it’s a complex downstream with several steps, which can lead to an accumulation of alterations and the second for being responsible for the decontrolled cellular proliferation and an important factor in the tumorigenesis.