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https://hdl.handle.net/10316/43402
Title: | Estilos alimentares e a saúde : o caso especifico dos países do sul da Europa | Authors: | Nemésio, Rodrigo Queiroz de Athayde Pinheira | Orientador: | Ferreira, António Jorge Correia Gouveia | Keywords: | Saúde pública; Alimentação; Alimentos dieta e nutrição | Issue Date: | Jan-2013 | Abstract: | O fenómeno da globalização, a aceleração acentuada do ritmo de vida e a crescente
inserção da mulher no mercado de trabalho, entre outros fatores, têm provocado alterações
profundas no estilo de vida das sociedades de praticamente todas as latitudes. De entre as
mudanças, não negligenciáveis, que ocorreram de forma particular nos países do Sul da Europa,
nomeadamente em Portugal, conta-se a modificação dos hábitos alimentares, com o abandono
da tradicional "Dieta Mediterrânica", em detrimento de regimes que propiciam o
desenvolvimento de diversas patologias crónicas.
Neste trabalho de revisão, pretendeu-se, num primeiro momento, identificar de que
forma a alimentação influencia a Saúde Humana e Comunitária, tomando como perspetiva a
evolução de diversos parâmetros indicadores de saúde ao longo das últimas décadas, período
em que se tem vindo a registar o já referido desvio dos padrões alimentares tradicionais para
um tipo de alimentação que tem por base refeições de mais rápida confeção, mas constituídas
por alimentos comprovadamente menos saudáveis. Foram reunidos os resultados dos trabalhos
de investigação considerados mais relevantes e que avaliam a relação direta entre a alimentação
e patologias específicas, tendo-se posto em evidência a forma como os diferentes tipos de
nutrientes vão influenciar os padrões de incidência e de mortalidade de algumas das principais
doenças crónicas associadas à “sociedade moderna” – as doenças cardiovasculares, a
hipertensão arterial, a diabetes mellitus tipo 2, a obesidade e as doenças oncológicas.
Num segundo momento e, estreitando o ângulo de abordagem, procedeu-se a uma
revisão de estudos que analisam, de forma pormenorizada, as especificidades dos regimes
alimentares do Sul da Europa e as vantagens que esta "Dieta Mediterrânica" – no sentido lato
do termo – traz para a saúde, nomeadamente no que concerne às patologias atrás referidas.
Para a consecução dos objetivos enunciados, teve-se por base um conjunto de artigos
científicos recolhidos através de uma pesquisa exaustiva em duas bases de dados – PubMed
(nacional e internacional, indexada) e Índex RMP (nacional, indexada e não indexada), tendose
prestado particular atenção a artigos publicados em revistas de elevado fator de impacto
editorial, bem como a metanálises e estudos com amostras populacionais significativas.
Constatou-se que, de facto, a Dieta Mediterrânica tradicional – rica em produtos de
origem vegetal, como fruta, vegetais, leguminosas, frutos secos, cereais e azeite, pobre em
carne e gorduras saturadas, e sempre temperada com um estilo de vida muito característico,
marcado pela atividade física, pela tranquilidade e pelo sentido de comunidade –, além de
promover uma produção alimentar sustentável, oferece os seguintes benefícios: ajuda a
desenvolver as economias locais e é ecologicamente favorável; é extremamente eficaz na
prevenção de múltiplas doenças cardiovasculares – a sua incidência pode ser reduzida em 6 a
18%, com o incremento de apenas 1 ponto numa escala de Dieta Mediterrânica; poderá estar
envolvida no controlo dos valores de pressão arteriais e do excesso de peso; tem uma função
importante no combate à diabetes – o aumento de 2 pontos numa escala de Dieta Mediterrânica
pode diminuir a incidência desta patologia em 35%; reduz a incidência de várias localizações
tumorais, fazendo decrescer, ainda, a mortalidade por doenças oncológicas em 12-24%, além
de poder reduzir a taxa de mortalidade global em 17-23%.
Alertou-se, consequentemente, para a necessidade de este padrão dietético ser
reabilitado e recuperado nos países mediterrânicos e, particularmente, em Portugal, onde
atualmente, num contexto de crise económica e financeira, a população se encontra
particularmente vulnerável e facilmente induzida à adoção de más práticas alimentares. The phenomenon of globalization, the hectic and ever-accelerating pace of life, and the increasing number of women entering the work force are factors, among others, which have profoundly altered the lifestyles of societies on practically all levels. Amongst these hardly negligible changes occurring particularly in Southern Europe, and namely Portugal, is the modification of eating habits, leading people to abandon the traditional “Mediterranean diet” and increasing their likelihood of suffering from a variety of chronic diseases. The present work aims firstly to identify the extent to which food influences human and community health by taking the perspective of the evolution of a variety of parameters that indicate the state of public health over recent decades, the period in which we have noted the aforementioned turning away from traditional eating patterns in favor of food types proven to be less healthy but chosen for their faster cooking times. Results from the most relevant research that studies the direct relationship between food and specific diseases have been gathered as a way to shed light on how different types of nutrients will influence incidence patterns and mortality rates for some of the main chronic diseases associated with “modern society” – cardiovascular disease, hypertension, type-2 diabetes, obesity, and cancer. Secondly, the focus will be on a detailed analysis of the studies which analyze the specific nature of dietary regimes in southern Europe and the advantages which the “Mediterranean diet,” in the broad sense of the word, brings to human health, namely with respect to aforementioned illnesses. Research articles selected for the present study were taken following extensive consultation of two databases – PubMed (Portuguese and international, indexed) and the RMP Index (Portuguese, indexed and non-indexed), with special attention given to articles from the most prominent sources as well as meta-analyses, and studies with significant population samples. It was found that, in fact, the traditional Mediterranean diet (rich in plant-based foods such as fruits, vegetables, pulses, dried fruits, cereals and olive oil, and low in meat and saturated fat, marked as well by a characteristic lifestyle of physical activity, tranquility and a strong sense of community), in addition to promoting sustainable food production, advancing the development of local economies and being ecologically more desirable, offers the following benefits: it is extremely effective in the prevention of several cardiovascular diseases (with incidence reduced by 6% to 18% with an increase of 1 point on a Mediterranean diet scale); it may be involved in the control of high blood pressure and being overweight; it may play an important role in the fight against diabetes (an increase of 2 points in a Mediterranean diet scale can reduce incidence of the disease by 35%); and it reduces incidence of tumors in certain locations, decreasing mortality rates for some cancers by 12% to 24% in addition to lowering the overall mortality rate from 17% to 23%. Thus, it is vital that these dietary habits be revived and stressed in Mediterranean countries; and in Portugal in particular, where in the current context of the economic and financial crisis in the country, the population is vulnerable, at risk of falling victim to the easy choice of opting for poor food and dietary practices |
Description: | Trabalho final de mestrado integrado em Medicina, área científica de Saúde Pública, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra | URI: | https://hdl.handle.net/10316/43402 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | UC - Dissertações de Mestrado FMUC Medicina - Teses de Mestrado |
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