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https://hdl.handle.net/10316/43184
Title: | A Economia confundida e os seus limites | Authors: | Caldas, José Castro | Issue Date: | 2011 | Publisher: | Afrontamento | Serial title, monograph or event: | Ensaios pela democracia. Justiça, dignidade e bem-viver | Place of publication or event: | Porto | Abstract: | A população mundial que nos primeiros mil anos da era cristã cresceu, segundo as estimativas, menos de 50%, aumentou, entre 1800 e o ano 2000, cerca de 650%. Entre 2000 e 2050 prevê-se uma expansão adicional de 46% (ver quadro 1). Esta explosão demográfica sem precedente na história da humanidade foi sustentada por um crescimento económico também sem paralelo, ainda maior que o da população. Entre 1820 e 2000 estima-se que a produção média por pessoa tenha aumentado 6 vezes (contra 1,3 vezes nos 320 anos anteriores). Quanto à evolução demográfica futura pouco ou nada sabemos, a não ser que estamos a caminhar para um limite que tanto pode ocorrer segundo as projecções da UN tanto em 2060 (com cerca 9 100 milhões de pessoas no mundo) como depois do ano 2300 (com mais de 36 000 milhões). Não sabemos também se esse máximo será atingido devido à quebra da fertilidade ou simplesmente porque se chegou à fronteira da capacidade de carga do planeta. O crescimento demográfico e o da economia que o sustentou nos últimos duzentos anos são, não só «anómalos» na história da humanidade, como insustentáveis. Nunca como hoje a consciência dos limites do crescimento foi mais aguda. No entanto, as gerações actuais não são as primeiras a confrontar-se com a ideia de limites demográficos e económicos. A percepção de uma caminhada para a estagnação ou para o «estado estacionário» esteve sempre presente na tradição da economia política de Adam Smith a Thomas Malthus e David Ricardo. O «estado estacionário», para os economistas políticos clássicos, era concebido como uma ameaça que ensombrava «o progresso», por eles imaginado como crescimento demográfico e enriquecimento. Para eles, a principal missão da economia política era precisamente esconjurar, ou pelo menos adiar, o fim do crescimento e manter aberta a via para o enriquecimento progressivo das nações. A ideia de Economia como ciência ao serviço do enriquecimento que tem origem na economia política do iluminismo chegou até nós e hoje convive mal com a tomada de consciência dos limites do crescimento. O «progresso», tal como o concebiam os economistas políticos clássicos deixou de ser uma finalidade única e inquestionada. Desse modo, passou a estar em causa o próprio sentido de «economia» na dupla acepção da palavra (como saber e como objecto desse saber). Que fins deve então a Economia (como saber) prosseguir? Como é que as actividades de provisão podem ser postas ao serviço desses fins? O sentido de «economia» e os fins que lhe conferem sentido são o assunto de que trata este texto. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/43184 | ISBN: | 978-989-95306-5-2 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | I&D CES - Livros e Capítulos de Livros |
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