Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/42820
Title: Natureza, política e "desordem das águas". Teorias da vulnerabilidade ambiental na Europa Mediterrânica (sécs. XVIII e XIX)
Authors: Barca, Stefania 
Issue Date: 2013
Publisher: Oikos
Serial title, monograph or event: Migrações e natureza
Place of publication or event: São Leopoldo
Abstract: Este capítulo visa descrever o início de uma consciência ambiental moderna na Europa Mediterrânica e a sua conexão com o contexto político-econômico da chamada Idade da Revolução, ou seja a que compreende a revolução francesa, a revolução industrial e a revolução liberal nacionalista do século XIX. O meu ponto de partida é a observação que o Mediterrâneo teve uma importância central na formação da consciência ambiental moderna através da obra do diplomático estadunidense George Perkins Marsh, autor de um livro chamado Man and Nature, publicado em 1864 e várias vezes republicado desde então. Embora este livro defendesse uma tese de caráter ‘global’ sobre a relação entre sociedades e natureza, ele estava basicamente fundado em observações e estudos que Marsh efetuou durante sua estadia na região mediterrânica, e em autores clássicos dessa região. A tese central do livro era que a degradação dos solos e o risco hidráulico que caraterizavam o ambiente mediterrânico eram consequências da deflorestação praticada nas alturas daquela região, praticamente sem interrupção desde a época romana. Escrito em inglês para um público norteamericano e norte-europeu, o livro pretendia chamar a atenção dos contemporâneos para a necessidade de preservar as florestas enquanto estas garantiam a estabilidade dos solos, especialmente em regiões montanhosas. Na literatura histórico-ambiental, esse livro é considerado como um dos textos iniciadores da moderna consciência ambiental ocidental, a que originou as políticas conservacionistas do final do século 19. O que não está suficientemente explorado nesta literatura é o nexo que o livro Man and Nature possuía com o pensamento e os conhecimentos ambientais da própria região mediterrânica, através de textos produzidos por escritores, intelectuais e técnicos dessa região. O presente capítulo visa, portanto, oferecer uma visão crítica da tese de G. P. Marsh, mostrando como esta de fato constituía uma reproposição de teses já amplamente aceites no sentido comum ecológico-político a nível ‘local’, fruto elas mesmas de pulsões ideológicas e mudanças territoriais relacionadas com o mais amplo contexto político-econômico da Idade da Revolução.
URI: https://hdl.handle.net/10316/42820
ISBN: 978-85-7843-363-5
Rights: openAccess
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