Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/34015
Title: Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
Authors: Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião 
Orientador: Nobre, Susana Margarida Nabais Gomes
Cortes, Dulce Helena Saramago Diogo
Keywords: Transplante hepático; Infeção; Imunossupressão; Pediatria
Issue Date: Mar-2016
Abstract: Introdução. O transplante hepático (TH) é, em algumas situações, o único recurso terapêutico, nomeadamente, em casos de doença hepática terminal aguda ou crónica. Este procedimento associa-se a uma série de conhecidas complicações médicas e cirúrgicas. As infeções são reconhecidas como uma causa importante de morbilidade e mortalidade. Objetivo. Pretendemos determinar a incidência, o momento, o local e os eventuais fatores de risco associados às infeções ocorridas no primeiro ano após um TH pediátrico. Métodos. Estudo retrospetivo das infeções diagnosticadas no primeiro ano após TH, em crianças (<18 anos) submetidas a este procedimento entre 1 de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2013, na Unidade de Transplante Hepático Pediátrico e de Adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (UTHPA-CHUC). Foi feita a análise dos processos clínicos dos doentes e a determinação de variáveis demográficas, relacionadas com o pré e pós-TH e com as infeções. Identificaram-se eventuais fatores de risco de infeção, por comparação das múltiplas variáveis estudadas entre os doentes com e sem infeções no primeiro ano e no primeiro mês pós-TH. Os testes estatísticos foram realizados na aplicação SPSS, versão 22 para Windows, e foram analisados ao nível de significância de 5%. Resultados. Foram incluídas 39 crianças. O principal motivo para a realização de TH foi a atrésia das vias biliares (41%). Em 74,4% dos casos ocorreu, pelo menos, um episódio de infeção no primeiro ano. Não ocorreu nenhuma morte por infeção. As infeções precoces (0-30 dias) foram as mais frequentes (54%), seguidas das intermédias (1-6 meses) (27%) e das tardias (6-12 meses) (19%). As infeções bacterianas foram as mais frequentes (64%), tendo sido os Enterococcus spp (28,9%), MSSA (21,1%) e a Klebsiella spp (13,2%) os agentes mais comummente identificados. Quatro doentes tiveram um episódio de infeção fúngica a Candida spp nos períodos precoce e intermédio. As infeções víricas ocorreram sobretudo no período tardio (41%), tendo sido causadas maioritariamente pelo CMV (29,4%), EBV (21,1%) e Adenovírus (21,1%). As infeções parasitárias foram as menos comuns, tendo-se registado dois episódios de gastroenterite parasitária no período intermédio. Associou-se a maior risco de infeção o tempo total de internamento imediato pós-TH (p=0,024). A idade no momento do TH, o estrato sócioeconómico, a biometria no momento do TH, bem como outras variáveis relacionadas com o TH não mostraram significância estatística na previsão de episódios de infeção. Discussão. Apesar dos avanços no controlo da imunossupressão e das infeções, os episódios infeciosos permanecem importantes fatores de comorbilidade em doentes sujeitos a TH (74,4% no primeiro ano). Não se associaram, no entanto, a mortalidade no primeiro ano. Este estudo determinou o padrão infecioso dos doentes em termos de perfil de microorganismos, local e timing da infeção. Esta informação é extremamente útil, pois permite antecipar quais os tipos de infeção mais frequentes em cada momento e os microorganismos mais comuns, permitindo uma atuação mais precoce, e uma adequação da atitude médica profilática e empírica no combate às infeções pós-TH na nossa unidade. Introduction. Liver transplant (LT) is, in some cases, the only treatment for chronic or acute terminal liver diseases. This procedure is associated with well-known medical and surgical complications. Infections are known to be a major cause of morbidity and mortality. Objective. We intend to determine the incidence of infections on a pediatric population during the first year after LT, the moment in which they occur, the most common sites of infection and to identify possible risk factors for the occurrence of these events. Methods. We retrospectively investigated the proven infection episodes during the first year after LT in children (<18 years) who underwent this procedure at Pediatric and Adult Liver Transplant Unit at CHUC, between 1st January 2009 and 31st December 2013. We determined demographic variables, variables related to the transplant and to the infection episodes. We identified possible risk factors of infections by comparing multiple variables between patients with and without infections during the first year after LT. Statistical analysis was carried out using the SPSS, version 22. A p<0.05 was considered significant. Results. Thirty-nine patients were included. The main indication for LT was biliary atresia (41%). In 74.4% of cases there was, at least, one episode of infection during the first year. There were no deaths related to infection. Early infections (0-30 days) were the most common (54%), followed by intermediate (1-6 months) (27%), and late infections (6-12 months) (19%). Bacterial infections were the most common (64%), with Enterococci (28.9%), non-MRSA Staphylococci (21.1%) and Klebsiella spp (13.2%) being the most frequently identified agents. Four patients had a fungal Candida spp infection. Viral infections were most frequent in the late period (41%), being caused mainly by CMV (29.9%), EBV (21.1%) and Adenovirus (21.1%). Parasites were the least common infections with only two episodes of gastroenteritis in the intermediary period. Total hospital stay after surgery (p=0,024) was a risk factor for infection. Age at LT, biometry values, economic status and other LT-related variables did not show statistical significance as risk factors for infection. Discussion. Despite the progress in controlling immunosuppression and infection episodes, infection is still a major cause of morbidity in patients who underwent LT (74.4%), though they were not related to mortality in the first year. This study allowed us to draw the pattern of infections that occurred in the first year after LT, namely the most common agents, the site and timing of occurrence. This information is extremely useful because it allows physicians to anticipate the kind of infection in every moment and the most frequent agents involved. This gives them tools for ameliorate prophylactic and empirical therapeutic strategy against infections that may come up in these patients.
Description: Trabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de cirurgia pediátrica) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.
URI: https://hdl.handle.net/10316/34015
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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