Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/33751
Título: Poderes, direitos e cidadania: O ‘retorno’ das autoridades tradicionais em Moçambique
Autor: Meneses, Maria Paula 
Palavras-chave: Autoridades tradicionais; Cidadania; Direitos; Estado; Justiça; Liberdades e garantias; Moçambique; Poder judicial
Data: 2009
Editora: Centro de Estudos Sociais
Título da revista, periódico, livro ou evento: Revista Crítica de Ciências Sociais
Volume: 87
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: A heterogeneidade cultural de Moçambique reflecte‑se nas diferentes formas de regulação social, traduzindo‑se pela presença de instâncias não oficiais de resolução de conflitos. Este artigo procura debater os desafios que Moçambique enfrenta na construção de um sistema de justiça multicultural e democrático. As experiências de justiças comunitárias revelam a criatividade e a vitalidade das outras justiças e a sua decisão de defender a ‘sua’ justiça como projecto político. Ao mesmo tempo, a diversidade de instâncias indicia as disputas e jogos de poder face a um Estado que reconhece, até certa medida, a presença de outras jurisdições, constituindo um complexo jogo de interlegalidades. No seu conjunto, este trabalho revela alguns dos paradoxos das reformas multiculturais em curso, abrindo campo para uma discussão mais ampla sobre as formas de cidadania, com ênfase na inclusão, convivialidade e celebração, e também, da diferença.
The cultural heterogeneity of Mozambique is reflected in different forms of social regulation, represented by the presence of non-official conflict resolution bodies. This article aims to discuss the challenges facing Mozambique in constructing a multicultural and democratic justice system. The experiences of forms of community justice reveal the creativity and vitality of alternative forms of justice and their decision to defend ‘their’ justice as a political project. At the same time, the diversity of these bodies is indicative of the disputes and power games faced by a state which, to a certain extent, recognises the presence of other jurisdictions, establishing a complex interplay of interlegalities. As a whole, this work reveals some of the paradoxes of ongoing multicultural reforms, opening up the field to a broader discussion of forms of citizenship with an emphasis on inclusion, conviviality, celebration and difference.
L’hétérogénéité culturelle du Mozambique se reflète dans les diverses formes de régulation sociale, se traduisant par la présence d’instances non officielles de résolution de conflits. Cet article cherche à lancer le débat sur les défis auxquels le Mozambique est confronté en termes de construction d’un système de justice multiculturelle et démocratique. Les expériences de justices communautaires révèlent la créativité et la vitalité des autres justices et leur décision de défendre ‘leur’ justice comme projet politique. En même temps, la diversité d’instances démontre les disputes et les jeux de pouvoir face à un État qui reconnaît, jusqu’à un certain point, la présence d’autres juridictions, constituant un jeu complexe d’inter‑légalités. Dans son ensemble, ce travail met à nu quelques‑uns des paradoxes des reformes multiculturelles, ouvrant ainsi l’espace à un débat plus ample sur les reformes multiculturelles en cours, ainsi qu’un espace de discussion plus vaste sur les formes de citoyenneté, en mettant l’accent sur l’inclusion, la convivialité, la célébration et la différence.
URI: https://hdl.handle.net/10316/33751
ISSN: 0254-1106
2182-7435
DOI: 10.4000/rccs.1428
Direitos: openAccess
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